Cotidiano

Governo decreta situação de emergência para construir ponte

Estado teve que decretar situação de emergência para justificar a contratação direta da empresa sem precisar esperar por licitação

Dois meses depois da ponte que ligava o município ao restante do Estado ceder, o Governo decretou situação de emergência no município do Caroebe, região Sul do Estado. A ponte cedeu após um caminhão cair nas águas, levando parte da estrutura e deixando a população isolada.

Os moradores da vicinal 34, no município de Caroebe, região Sul do Estado, afirmam que desde o começo do ano faziam apelos para que o Governo do Estado reformasse a ponte sobre o rio Caroebe, que já demonstrava sinais de que não suportaria o período de chuvas e o peso dos caminhões que transportam gado e banana, uma vez que o município é o principal produtor em Roraima.

“Agora só atravessa se for de canoa, com motor de polpa ou balsa. A situação é complicada porque nós temos família e precisamos trabalhar para manter o sustento. Não há como atravessar a produção por água. Estou passando aperto. Meus meninos estão sem ir à escola. Se o caso for de doença, complica mais ainda, porque não há como levar a lugar nenhum”, confirmou um morador que não quis se identificar.

Após a ponte cair, homens do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima se deslocaram para atender a comunidade no auxílio das travessias de balsa. “Nós somos gratos aos bombeiros, mas eles não sabem consertar pontes e essa não é a função deles. Queremos que uma empresa comece o trabalho imediatamente. Quem mora nessa região tem a triste sensação de que dignidade é palavra estranha. Aqui mora gente de bem. Preciso saber quanto tempo vou esperar depois desse decreto”, frisou o morador.

Os tramites burocráticos foram as razões apontadas pelo Governo do Estado para a demora em decretar a situação de emergência. “Como a Prefeitura de Caroebe já tinha decretado situação de emergência, o Governo estava aguardando que a prefeitura resolvesse o problema em questão. Diante da situação precária dos moradores em relação à ponte e a não solução do problema por parte do município, o Governo do Estado só pôde agir depois que recebeu o parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Defesa civil para só então se programar para assumir a obra da ponte”, informou, em nota.

Diante da necessidade emergencial de construir outra ponte, o Governo do Estado teve que decretar situação de emergência para poder justificar a contratação direta da empresa para a construção da ponte, sem precisar esperar o tempo necessário para seguir os trâmites burocráticos previstos em uma licitação pública.

“Desde o início do problema, há dois meses, o governo estadual vem dando todo apoio aos moradores da região, oferecendo os meios disponíveis para que a população pudesse utilizar a balsa e os barcos para a travessia das produções agrícolas, com a segurança adequada por meio do acompanhamento da equipe do Corpo de Bombeiros Militar. Para começar a construção da ponte, além de contratar a empresa, ainda é necessário que o nível do rio fique mais baixo”, afirmou. (J.B)