A governadora Suely Campos (PP) assinou decreto declarando situação de emergência nas áreas do Município de Uiramutã, o mais isolado do Estado, localizado na região Nordeste de Roraima. O motivo é a alteração climática provocada pelo fenômeno La Niña, registrada desde maio do ano passado. De acordo com o último Boletim Climatológico do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a previsão para o mês de abril é de aumento progressivo do volume de chuva.
No decreto, publicado no Diário Oficial do Estado (Doerr), o governo alegou que as alterações climáticas provocadas pelo fenômeno La Niña vêm reduzindo a temperatura da superfície do mar nas águas do Pacífico, afetando consideravelmente o regime climático e, consequentemente, o aumento da precipitação pluviométrica na Amazônia, principalmente em Roraima.
O governo considerou que a chegada do período chuvoso no Estado apresenta um elevado risco de enxurradas, o que pode acarretar no isolamento de aproximadamente 4.200 pessoas afetadas diretamente no Município de Uiramutã, que fica numa região de serras, além de impossibilitar o acesso a hospitais e a escolas. O decreto será válido por 180 dias.
Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Emerson Lima, que integra a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, o decreto ocorre em caráter de prevenção. “Conversamos com o prefeito e estamos dando apoio com relação ao deslocamento em áreas de difícil acesso. Fomos convocados pela Secretaria de Infraestrutura para fazer o levantamento da real situação do município”, disse.
Conforme ele, o trabalho gerou um parecer técnico que respalda a situação de emergência em Uiramutã. “Alguns pontos considerados críticos pontuamos nesse documento. Há uma lei federal que trata sobre a possibilidade de colapso estrutural, que já estava ocorrendo no município”, informou.
PREFEITURA- À Folha, o prefeito de Uiramutã, Manuel Araújo, disse que a situação é preocupante. “Principalmente em relação às estradas, que temos dificuldade grande em vários trechos. Estamos com receio de ficar isolados, estamos tomando providenciais buscando autoridades maiores para dar apoio”, disse. (L.G.C)