Mais de 80 servidores que atuavam no Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafir) foram surpreendidos nesta quarta-feira, 27, com o anúncio de que foram demitidos sem a menor justificativa. Imediatamente, a entrada do prédio da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), recém transferida para a avenida Ville Roy, bairro Aparecida, ficou movimentada agora pela manhã.
“Hoje seria o retorno das atividades cujos contratos estavam suspensos, e o presidente da Codesaima simplesmente informou que seria dado o aviso prévio dos 88 servidores que estavam com os contratos suspensos e a demissão em seguida. Para nós, isso é algo que não estava previsto, acreditávamos que a Companhia teria uma proposta para viabilizar a reutilização desses funcionários em outras atividades, mas o que se vê totalmente o oposto”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira.
De acordo com os próprios servidores, parte do grupo foi empossada há aproximadamente dois meses. Muitos largaram grandes oportunidades, acreditando na tão sonhada estabilidade financeira proporcionada pelo serviço público.
(Foto: Priscilla Torres/FolhaBV)
“Infelizmente aconteceu essa demissão em massa, era uma coisa que estávamos prevendo, é um ato imoral, desumano, são mais de 80 colegas concursados que abriram mão de direitos trabalhistas para assumir suas funções, acreditando no concurso e, em menos de dois meses, fomos demitidos. Não vamos ficar de braços cruzados, vamos correr atrás dos nossos direitos, sabemos que existe muita ilegalidade nesse ato, uma má fé por parte do Governo e isso não pode ser tolerado”,
Uma comissão de servidores foi montada para tentar uma negociação sobre a questão. Da sede do Codesaima, os funcionários do Mafir foram para o prédio da Procuradoria Regional do Ministério Público do Trabalho da 11ª Região (MPT-11), no bairro São Francisco.
“A motivação para a demissão, segundo ele [presidente da Codesaima], é a falta de recursos do Estado. Estamos tentando no MPT uma orientação do rumo que podemos tomar, até porque foram eles que entraram com uma ação para garantir a realização do concurso, e também vamos procurar o Legislativo e também o próprio Governo, e buscar sensibilizar a sociedade para que eles vejam a nossa importância dentro do quadro funcional do Estado”, ressaltou Aguimael Moura.
O grupo adiantou que pretende solicitar que o órgão ingresso com um mandado de segurança com pedido de liminar para suspender a decisão que resultou na demissão dos servidores.
Codesaima – De acordo com o presidente da Codesaima, Anastase Popoortzis, além do montante de dívidas que a companhia possui, pesa o fato de o Mafir possuir condições de higiene para a realização das atividades por partes dos funcionários, não restando outra solução para a questão.
“Atualmente o Governo do Estado e a Codesaima não possui poder de investimento, é de conhecimento público o caos financeiro deixado pela gestão passada, e a companhia tem hoje uma dívida de pouco mais de R$ 170 milhões. São 272 funcionários, dos quais esses 88 estavam inativos. Muito provavelmente o Mafir, será leiloado e ele está penhorado junto a Justiça. Além disso, o prédio não tem as condições mínimas para trabalho. Frente a toda essa situação que o Estado vem enfrentando, somado a essa questão funcional deles, nós não tivemos outra alternativa que fosse adotar essa medida, tornando público a verdade dos fatos. O Estado e a Codesaima, que apesar de ser uma empresa privada, mas que tem o Governo como o seu maior acionista, não tem condições de pagar as pessoas e, principalmente, aquelas que não estão em atividade”, destacou.
A matéria completa você confere na Folha Impressa desta quinta-feira, 28.