No Centro de Boa Vista, equipes de vacinadores abordam quem passa pelo local para verificar a carteira de vacinação. O mutirão é parte da estratégia do Governo de Roraima para vacinar mais de 400 mil pessoas em 10 dias. A ação é realizada em parceria com o Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e prefeituras de 11 municípios.
Além dos centros comerciais, as equipes de vacinadores percorrem bairros, vicinais e regiões de difícil acesso para garantir a imunização completa da população. A busca ativa começou no dia 2 e segue até o dia 12 de dezembro nos municípios de Boa Vista (294.766 doses), Cantá (12.989 doses), Caracaraí (19.910 doses), Caroebe (9.994 doses), Iracema (12.879 doses), Mucajaí (12.688 doses), Normandia (6.736 doses), Pacaraima (10.728 doses), Rorainópolis (24.212 doses), São João da Baliza (8.086 doses) e São Luíz (9.925 doses).
Além de procurar pelas pessoas que ainda não tomaram nenhuma dose da vacina, os profissionais também estão aplicando a segunda dose, ambas para pessoas a partir de 12 anos, e a dose de reforço para pessoas a partir de 18 anos.
A vendedora Esthela Samiri, 24 anos, aproveitou a presença dos vacinadores perto do local de trabalho e tratou de tomar a segunda dose da vacina. “Essa ação é de muita utilidade para vacinar quem não pode ir a um posto de saúde. A vacina é nossa esperança”, comentou.
Aqui tem vacinação!
A ação conta com 150 profissionais e 25 caminhonetes para suporte das equipes. A estratégia é mais uma empreitada do governo para aumentar os índices de vacinação no estado, reduzir a circulação do vírus e, consequentemente, o número de internações e casos graves da doença.
De acordo com o governador Antônio Denarium, a ação busca acelerar o processo de vacinação no estado, atendendo, principalmente, às pessoas que moram em áreas distantes.
“O Estado sempre esteve comprometido com a imunização da sua população e com esse mutirão, o governo entra em campo de forma mais próxima e imediata. Queremos com essa ação reforçar ainda mais o apoio às prefeituras e chegar até onde as equipes municipais ainda não chegaram. Precisamos que todos estejam imunizados o mais rápido possível”, disse.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) mostram que Roraima está com índice de 75,96% de pessoas vacinadas com a primeira dose e 52,36% com a segunda dose e dose única. Avançar na cobertura vacinal é fundamental para o controle da pandemia, segundo a responsável técnica do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização, Alice Dantas.
“Queremos alcançar a meta de cobertura vacinal da campanha, que é de 90% da população a partir de 12 anos completamente imunizada. Durante esses dez dias, nós vamos procurar essas pessoas, para elevar as coberturas vacinais e ter medidas para conseguir conter a pandemia”, ressaltou.
Por que se vacinar?
Estudo publicado na revista científica The Lancet, em setembro deste ano, concluiu que a chance de pessoas imunizadas (com todas as doses recomendadas da vacina) serem internadas com covid-19 é 70% menor que a de pessoas não vacinadas.
Roraima iniciou a vacinação contra a covid-19 em janeiros de 2021 para profissionais de saúde e grupos de risco da doença. Nesse mesmo mês, o Hospital Geral de Roraima (HGR), referência no tratamento de casos graves de covid, chegou a registrar taxa de ocupação de 100% dos leitos de UTI, na segunda onda da doença. Atualmente, a taxa de ocupação do hospital é de 31%, com 15 pacientes com covid-19 internados na UTI, conforme o último boletim divulgado nesta segunda-feira, 5 de dezembro.
Talita Gomes, 42 anos, contraiu covid-19 em abril de 2020, no início da pandemia, antes do desenvolvimento das vacinas, e apresentou sintomas graves da doença. Durante o mutirão de vacinação realizado pelo Governo de Roraima, ela aproveitou para tomar a dose de reforço e aumentar a proteção.
“Eu estava procurando um posto de saúde e encontrei as equipes aqui no Centro, tomei logo a terceira dose. Acredito que a vacinação é o melhor para todos”, disse.
Desde o início da vacinação, o Governo de Roraima recebeu 1.113.928 doses de imunizantes do governo federal. As vacinas são repassadas aos municípios, que são os responsáveis pelo processo de vacinação local.