Cotidiano

Governo leva água para vilas em Mucajaí

Chuvas ainda não resolveram o problema da seca, obrigando as famílias a serem atendidas com a distribuição de água potável

Moradores das vilas Serra Dourada e Tamandaré, no Município de Mucajaí, a Centro-Oeste do Estado, que vêm sofrendo com falta de água por conta da forte estiagem, tiveram que ser socorridas. As caixas d’água e reservatórios foram abastecidas por equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Exército Brasileiro. O serviço será retomado hoje também no Município de Amajari, Norte do Estado.
Foram atendidas aproximadamente 40 famílias que residem nas duas vilas e moradores de vicinais das proximidades.  O caminhão-pipa do Exército foi abastecido com 12 mil litros de água. “Vamos dividindo a água para atender o maior número de famílias. Aquelas que não têm caixa d’água deixamos em vasilhas, porque essa população está necessitando bastante de água potável”, afirmou  o soldado Malaquias, do Corpo de Bombeiros.  “Esta mesma missão está sendo feita em outros municípios como Amajari, Bonfim e atendendo também moradores da região do Truaru da Cabeceira, próximo da Capital Boa Vista”.
De acordo com o coordenador municipal da Defesa Civil em Mucajaí, Antônio Fernandes, nem no ano de 1998, quando o Estado viveu um período de seca e queimadas histórico, foi necessário uma ação como esta de distribuição de água potável. “Este ano, a situação está difícil para o homem do campo. Os poços estão muito fundos, com 22 a 23 metros de fundura. Então, nós da coordenadoria de Mucajaí, junto com a Secretaria Executiva da Defesa Civil de Boa Vista, estamos realizando esta operação que começou com umas dez famílias. Hoje já temos 40 famílias cadastradas”, explicou.
A maior preocupação é com as crianças.  “A operação visa atender principalmente as crianças para que não tenham que vir parar no hospital, porque elas podem contrair uma coceira, entre outras doenças”, afirmou Fernandes. “É um trabalho em conjunto com o objetivo de levar água para os moradores da Serra Dourada, Tamandaré e região do Canta Galo que não têm água de maneira alguma. Este ano está uma calamidade pública mesmo”, frisou Fernandes.
Nessas localidades, o homem do campo não tem mais como puxar água dos poços. “Eles não têm água nem para fazer a comida”, disse Fernandes ao acrescentar que ontem outro caminhão-pipa voltou à região para abastecer mais famílias.
O agricultor Marco Antônio de Jesus, morador da Vicinal 1 do Apiaú,  lembrou que foi a primeira vez que uma ação assim foi realizada na região. “Já passaram muitos governos e eu nunca vi acontecer isso aqui: trazer água potável diretamente nas nossas casas para as nossas crianças beberem”, disse, ao destacar que as crianças estavam adoecendo muito com dor de barriga e, ao chegarem ao hospital, o médico dizia que o problema estava na água que eles consumiam.
Com o período de estiagem, o governo estadual abriu bebedouro para oferecer água para os animais das regiões atingidas pela estiagem. “Eu tenho carneiros e galinhas que já estavam morrendo por falta de água. Com esta ação aqui, no meu lote, agora tem uma cacimba e os bichos têm água”, destacou. As chuvas que vêm caindo ainda não encheram os reservatórios.