Tendo em vista o repentino aumento de mortes violentas contabilizadas desde o início do ano, principalmente entre jovens e adolescentes, o Governo de Roraima informou as ações realizadas pelo Estado para combater a criminalidade. Entre elas, a implantação de uma força-tarefa focada na integração das unidades policiais estaduais.
As medidas foram tomadas com base nos índices de mortalidade avaliados somente no mês de março de 2018. Segundo dados do Instituto de Medicina Legal de Roraima (IML-RR) e da Polícia Civil, somente no último mês foram 32 corpos que deram entrada no instituto, com indícios de mortes violentas. No ano passado, no mesmo período, foram 12 mortes. Até a noite de quinta-feira da semana passada, 29 de março, a equipe da Folha contabilizou 31 homicídios, sendo 60% de jovens de 14 a 30 anos.
MEDIDAS – Segundo o Governo do Estado, a Delegacia Geral da Polícia Civil reforçou o efetivo das Delegacias de Homicídio e de Repressão a Entorpecentes, criando uma equipe exclusiva para atuar especificamente em cima destes casos.
Além disso, foram tomadas medidas estruturais para melhorar os meios de troca de informação e inteligência entre todas as unidades policiais, com a Polícia Militar de Roraima (PMRR), Divisão de Captura (Dicap) e da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc).
Na PMRR, houve o reforço do policiamento ostensivo com o investimento para aquisição de coletes a prova de balas, armamentos e também 17 novas viaturas entregues para melhorar a atuação da Polícia Militar na Capital e no interior.
No interior, a PM também tem intensificado suas ações, principalmente no combate ao tráfico de drogas, razão principal do aumento da criminalidade. “Temos atuado nas vilas através dos nossos destacamentos e também através de Operações semanais, com a criação da Patrulha Rural, unidade que apoia as guarnições do interior”, informou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Edison Prola. “Criamos a Força Tática de Pacaraima, somando já com as existentes em Rorainópolis e Caracaraí e em breve estaremos criando a Força Tática de Bonfim. O Canil da PM estará também sendo implantado em Pacaraima e Rorainópolis”, completou o comandante.
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O comandante-geral da PMRR declarou ainda que, a corporação vem combatendo o crime diariamente nas ruas da Capital e do interior, por meio de uma política de tolerância zero, com a PM intensificando o radio-patrulhamento nas áreas de maior incidência criminal, além das ações regulares realizadas pelo 1º e 2º Batalhão da Polícia Militar (BPM) e da atuação das equipes especializadas, como o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Grupamento Independente Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) e a Cavalaria.
Segundo o comandante da Polícia Militar, as ações serão intensificadas e a população em breve vai sentir os impactos dessa integração. “Não mediremos esforços. Diariamente indivíduos envolvidos com o crime são retirados de circulação, bocas de fumo são fechadas, armas são apreendidas, motos e carros roubados são recuperados”, disse.
“A PMRR vem atuando também com seu setor de inteligência, dando suporte as ações do policiamento de rua e também atuamos em conjunto com os demais órgãos de inteligência do Estado, a fim de se antecipar as ações das facções criminosas que planejam a realização de crimes em Roraima.”, afirmou Prola.
MOTIVOS – Segundo a delegada-geral Giuliana Castro, o aumento dos homicídios em Roraima se deve a soma de alguns fatores e não se pode citar apenas uma razão para o crescimento da violência em Roraima. Porém, a delegada mencionou a questão da imigração e falta de controle da fronteira como um dos motivos.
“Acreditamos que a maioria das pessoas é do bem, mas o inchaço populacional trouxe também pessoas de má índole e que já praticavam crimes na Venezuela. Ao se misturar com criminosos locais acabaram por trazer mais crueldade aos crimes praticados no Brasil”, afirmou.
A delegada também informou que desde que assumiu a Polícia Civil, há cerca de 20 dias, ordenou que todos os homicídios sejam investigados imediatamente e, tem acompanhado de perto as diligências que estão em andamento. “Muita gente já foi presa, mas as investigações não param, só vamos sossegar quando colocar todos os culpados atrás das grades”, afirmou. (P.C)
