A greve dos cuidadores municipais chegou ao 14º dia nesta segunda-feira (21), com um abaixo-assinado online, criado pelo Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Boa Vista (Sitram). O documento deve ser enviado ainda hoje à Prefeitura de Boa Vista. Procurado, o Poder Executivo não comentou o assunto até a publicação da reportagem.
Segundo o Sitram, o abaixo-assinado já tem mais de duas mil assinaturas e pede:
Reconhecimento da greve dos cuidadores como legal;
Não desconto das faltas dos grevistas;
Não desconto dos R$ 300,00 da Gratificação de Incentivo ao Cuidador
Apresentação à Câmara Municipal de Boa Vista do Projeto de Lei da redução da carga horária semanal dos cuidadores municipais de alunos, de 40 para 30 horas, com implantação da jornada em até 60 dias após aprovação no Poder Legislativo
A reivindicação das 30 horas para os cuidadores de alunos é o motivo da greve da classe. “O Executivo não flexibiliza um acordo para a única categoria que trabalha 40 horas na Prefeitura de Boa Vista”, disse a cuidadora Shinxa Fidelis.
“A luta dos cuidadores é semelhante à dos servidores da Semges [Secretaria Municipal de Gestão Social], que conseguiram as 30 horas em dezembro, após paralisações em conjunto com os cuidadores. A redução de carga horária de trabalho foi concedida por meio de um decreto”, lembrou o servidor da Semges, Lauro Prestes, que assinou o documento em apoio à greve dos cuidadores.
O Sitram disse que a greve segue por tempo indeterminado.
Na semana passada, a Prefeitura retirou, da Câmara Municipal, cinco Projetos de Lei voltados para a Educação do Município – entre eles, o que cria 250 vagas de cuidador -, alegando que a Casa não teve sensibilidade em votá-los.
Na ocasião, o vereador Ítalo Otávio (Republicanos), por sua vez, defendeu o Poder Legislativo, ao dizer que os parlamentares querem, para a classe, a nova carga horária imediata e com segurança, e alegou que o PL do Executivo não teria deixado claro como seriam aplicadas as 30 horas.
O Sitram disse que os vereadores iriam fazer emendas à proposta e citou que o prefeito Arthur Henrique (MDB) teria dito a um veículo de comunicação local que entraria na Justiça, caso houvesse mudanças no projeto original da mudança da jornada de trabalho dos cuidadores. A fala foi criticada pela presidente do sindicato, Sueli Cardozo.
Sobre a convocação de mais 39 cuidadores e 40 assistentes de aluno, feita pela Prefeitura na semana passada, Sueli defendeu que “isso comprova que a Prefeitura tinha cargos vagos”, e disse acreditar na possibilidade de contratar mais cuidadores e reduzir a carga horária dos profissionais.