Cotidiano

Greve na Suframa prejudica comércio local

Com mercadorias retidas, lojas não conseguem atender, na data certa, aos pedidos feitos e não conseguem reposição de estoque

Iniciada no último dia 21, a greve local dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), órgão responsável pelo desembaraço das mercadorias vindas do polo industrial no Amazonas, tem prejudicado a chegada de produtos a Boa Vista. As lojas de varejo que atuam na venda de eletrônico, eletrodomésticos e outros tipos de produtos estão com estoque reduzido devido ao movimento. Segundo o sindicato dos servidores da autarquia, não há previsão para o fim da greve.

A gerente de vendas de uma loja de eletrodomésticos no Centro, Michele Ribeiro, disse que a greve ainda não prejudicou as vendas, mas admitiu que tem causado transtornos. “Já houve casos em que estipulamos um prazo, para a chegada da mercadoria, que não pôde ser cumprido. O cliente logo pede para cancelar a venda e procura os órgãos de defesa do consumidor”, explicou.

Ele destacou que, como a loja conta com diversas filiais, o estoque de eletrodomésticos ainda é razoável. “As mercadorias continuam chegando, porém, levam mais tempo do que o de costume. Ainda não podemos dizer que estamos sofrendo prejuízos, pois a vendas continuam boas”, disse.

Em outra loja, também no Centro, a gerente de vendas Aparecida Santos informou que grande parte das mercadorias ainda está em Manaus (AM). “Com essa greve, muita mercadoria está retida. Ainda não tivemos problemas com nenhum cliente, mas o estoque está ficando reduzido”, relatou.

O gerente de uma loja no bairro Pintolândia, zona Oeste, Emerson Oliveira, afirmou que alguns produtos, como máquinas de lavar e geladeiras, já estão com estoque reduzido. “Acredito que dentro de um mês o que ainda resta irá acabar. Espero que esta greve não dure tanto tempo assim, pois teremos prejuízos”, observou.

O representante do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Andrés Pascal, informou que não há previsão para o fim da greve. “O Governo Federal não se pronunciou em relação às nossas reivindicações, ainda não houve nenhum tipo de negociação. Então, até que isso ocorra, estaremos em greve”.

MOTIVO – A greve foi deflagrada por tempo indeterminado em razão do veto da presidente Dilma Rousseff (PT) a um artigo presente na Medida Provisória (MP) 660 – a mesma que tratou do enquadramento dos servidores do ex-território nos quadros da União – que se refere à equiparação salarial dos servidores da Suframa.

Desta vez, o comando de greve deixou as reivindicações administrativas de lado para focar na reestruturação da carreira.

Pascal informou que a categoria já está se mobilizando junto ao Congresso Nacional no sentido de fazer com que o veto seja derrubado. “Estamos nos reunindo com alguns parlamentares para saber a posição deles em relação ao veto. Alguns já mostraram estar a nosso favor, mas temos que ter a ampla maioria”, frisou. (I.S)