A greve dos professores estaduais chega aos 60 dias sem previsão para chegar ao fim. Desde o dia 10 de agosto os professores estão parados e chegaram a paralisar até 90% das escolas da rede estadual de ensino. Após um mês de greve, os professores indígenas acataram a proposta do governo, que reinseriu o capítulo referente à educação indígena no Plano Estadual de Educação (PEE). No mesmo período, professores do interior também entraram em acordo e retomaram as atividades.
Os docentes da Capital permanecem mobilizados para que suas propostas sejam efetivadas pela administração estadual. Por sua vez, pais de alunos cobram uma solução para o impasse, pedindo que as negociações encerrem. De acordo com a professora que compõe o Comando de Greve, Albanira Cordeiro, o motivo pelo qual ainda não houve acordo é a falta de respostas às propostas encaminhadas ao governo.
“O governo não cedeu em nada e não atendeu a nenhum item da nossa pauta de reivindicações. Sobre a lei 892 [sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações, o PCCR] que é o nosso ponto alto, o governo se propõe a atender, mas manda as emendas totalmente distorcidas, negando leis federais, como a LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional], como as que fazem referência à educação indígena, assim como à educação especial”, explicou Albanira.
Quanto ao corte nos salários, a professora disse que houve quebra de acordo. “O governo disse que não cortaria o ponto dos indígenas e cortou, assim como docentes que tiveram salários reduzidos. O governo diz que vai negociar e, na quinta-feira, só nos ouviu, não deu posicionamento algum e não iria atender mais as progressões, o que já era certo. Estamos na estaca zero, dependendo do governo”, complementou.
Na próxima quinta-feira, 15, a comissão voltará a se reunir com a governadora Suely Campos (PP) a fim de tentar obter resposta às reivindicações entregues na reunião realizada no dia 08.
GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado informou que a governadora mantém o compromisso de corrigir as inconsistências da Lei 892 e pagar as progressões deixadas atrasadas de 2011 a 2014. “São benefícios que outros governos não fizeram, mas o nosso governo vai fazer. Estamos trabalhando para reconstruir a Educação do nosso Estado”, destacou.
Durante a reunião, o posicionamento do governo foi para que a categoria retornasse de imediato à sala de aula para que fosse atendido o pedido do Sinter em relação ao abono das faltas e pela retirada da multa imposta pelo Tribunal de Justiça em função da ilegalidade da greve.
O procurador Venilson da Mata explicou ao comando de greve que os professores que retornaram à sala de aula não terão descontos em seus salários, tanto os das escolas da Capital quanto do interior. “Quem está em sala de aula não terá desconto. Em relação aos que persistem nesta greve ilegal, o abono somente será analisado quando retomarem as aulas”, frisou. (J.B)