29º EDIÇÃO

Grito dos Excluídos em Roraima reúne movimentos sociais em combate a fome

Realizado todos os anos, movimentação é realizada em todo o Brasil há 29 anos com o tema permanente de "Vida em Primeiro Lugar!”

O Grito dos Excluídos e Excluídas iniciou na Igreja COIMA (Coração Imaculado de Maria). (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
O Grito dos Excluídos e Excluídas iniciou na Igreja COIMA (Coração Imaculado de Maria). (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O Grito dos Excluídos e Excluídas reuniu os movimentos sociais e a Igreja Católica em manifestação de combate a fome na tarde deste feriado de 07 de setembro. Realizado todos os anos, movimentação é realizada em todo o Brasil há 29 anos com o tema permanente de “Vida em Primeiro Lugar!”.

Para esta edição, o evento teve como lema “Você tem fome e sede de quê?”, que está relacionado à Campanha da Fraternidade 2023 (CF2023). O objetivo é convidar a população à reflexão e ação em busca de alternativas para os enormes problemas que existem quanto à fome e desabastecimento de água no país e no estado.

O Bispo de Roraima, Dom Evaristo Spengler, reforçou que o Grito está ligado a outras movimentações da Igreja Católica, como o Tempo da Criação, que envolve a fome na Amazônia. Spengler também acrescentou que o problema da fome é relacionado ao modelo econômico.

“Se alguém passa fome é porque a comida está sendo mal distribuída. No nosso estado, de modo especial, eu vejo assim um modelo econômico predatório, em alguns sentidos, quando se vem aqui para extrair a madeira e ir embora, destruiu a nossa floresta”, exemplifica Dom Evaristo.

O bispo também apontou outros modelos presentes no estado, como do agronegócio e a agricultura familiar, esta sendo, segundo ele, a mais viável para uma das formas de combate a fome.

Dom Evaristo Spengler participou do movimento junto com a Igreja em Roraima. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

De acordo com o irmão marista, Danilo Bezerra, e coordenador das Pastorais Sociais, da Diocese de Roraima, a mobilização permanente é uma busca constante por políticas públicas.

“Acredito que no Brasil não existe uma mobilização permanente que todo ano tem e não é só no 07 de setembro. Tem toda uma preparação, todo um processo e muita gente se engaja, muitos movimentos se organizam. Isso influencia tanto na participação popular, na consciência política, quanto na incidência de políticas públicas”.

Arrecadação de alimentos iniciou ainda no ponto de partida da caminhada, na Igreja COIMA. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Arrecadação de alimentos

O Grito dos Excluídos e Excluídas iniciou na Igreja COIMA (Coração Imaculado de Maria) e seguiu em caminhada até a Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo. Como gesto concreto, os participantes são convidados a doar alimentos como arroz, feijão, açúcar e café.

A ação visa ajudar cerca de 500 pessoas da comunidade indígena da região do Alto São Marcos, entre os municípios de Pacaraima e Uiramutã, vítimas das chuvas no Alto São Marcos.