Cotidiano

Grupo de policiais atenderá as três fronteiras 

Os Grupos Especiais de Fronteira (Gefron) funcionarão em Pacaraima, Bonfim e sul do Estado

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades 

Uma parceria entre o Governo de Roraima e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) resultará em um termo de cooperação técnica, que contemplará o Estado com três Grupos Especiais de Fronteiras (Gefron), que irão combater os crimes transfronteiriços e ambientais em Pacaraima, Bonfim e no Sul do Estado, áreas de limite do território roraimense.

O secretário de segurança pública, Olivan Junior, explicou que esse modelo de atuação, que já é utilizado com sucesso em outros estados, como o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que fazem limite com Bolívia e Paraguai, vai coibir os crimes ocorridos nesses locais.

“Com a criação desses Gefron, teremos a redução do tráfico de drogas, de armamentos e também do contrabando de mercadorias em geral, o que vai favorecer o comerciante local que paga seus tributos de maneira correta e vai aumentar a arrecadação financeira dos estados, através dos tributos. Fora isso, haverá muitos outros ganhos, principalmente na segurança”, garantiu Junior.

A construção desse novo projeto irá ser feita durante reunião da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) com representantes do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) do Ministério da Justiça, na sexta-feira (6), na sede da pasta, onde será estipulado o que cada parte dará de contrapartida para o pleno funcionamento do plano para a segurança pública. O resultado será levado para o órgão federal, em Brasília e lá será definido onde a assinatura do termo irá ocorrer.

Segundo o secretário, após a assinatura, a ideia é que o executivo estadual ceda a estrutura física básica, como as bases onde funcionarão os Gefron e o material necessário para os trabalhos, como armamento e viaturas – serão adquiridas por meio desse termo de cooperação técnica.

“São essas ações, somadas às outras que já vêm ocorrendo no nosso estado, que vão poder nos dar, daqui a alguns anos, uma segurança pública modelo para o resto do país”, conclui Junior. 

Extensão das fronteiras será grande desafio, diz especialista 

O coronel de reserva da Polícia Militar apresentou alguns pontos a serem observados com a nova frente de trabalho (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

A implantação dos Gefron terá como grande desafio as extensas áreas de fronteiras secas com a Guiana e a Venezuela, além do limite com o Estado do Amazonas, na região sul de Roraima. Especialista em segurança pública, o coronel de reserva da Polícia Militar (PMRR) Lindolfo Bessa fez algumas considerações sobre essas adversidades.

“A dificuldade nessas fronteiras secas e em sua extensão é a de manter um policiamento em toda essa região, mesmo com o exército brasileiro atuando ali. No caso do limite entre dois estados, como é o caso de Roraima e Amazonas, nós temos fluxo grande de veículos e pessoas e, pelo nosso lado, temos aquela situação da barreira do Jundiá, que não funciona no período da noite. Nesse fluxo grande de veículos, temos aí o transporte de ilícitos ou até mesmo de foragidos da justiça. Portanto, com esses grupos instalados naquelas regiões, a população se sentirá muito mais segura”, indicou Bessa.

Apesar desses desafios, o coronel acredita ser positivo para o Estado essa parceria entre os Executivos estaduais e federais, já que essas faixas são rotas para o transporte de ilícitos, somado a situação do fluxo migratório venezuelano, que ele avalia como uma questão republicana.

“É preciso que o Governo Federal se empenhe sim, junto com o poder estadual. É necessário traçar estratégias para que o Estado tenha condições reais de manter a segurança, principalmente nas áreas de fronteiras”, concluiu Bessa.