Fêmeas bovinas de três até oito meses de idade devem ser vacinadas contra a brucelose, para que o produtor receba a Guia de Trânsito Animal (GTA) das propriedades. A determinação faz parte das novas regras que foram estabelecidas pela Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), em junho deste ano, e que visa erradicar e controlar a doença no Estado, além de possibilitar a cobertura vacinal nos rebanhos.
As regras têm base na Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que estabelece o Regulamento Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal.
Segundo o diretor-presidente da Aderr, Vicente Barreto, a emissão da GTA aos produtores é um procedimento normal utilizado pela Agência. “O que orientamos o produtor é que com o programa de brucelose sendo intensificado ele só pode emitir a GTA se notificar a vacinação das bezerras de três a oito meses. É uma orientação que estamos aproveitando para conscientizar o produtor de uma forma mais eficiente que ele tem que vacinar”, disse.
Conforme Barreto, a vacinação dos bovinos contra a brucelose ocorre durante todo o ano, diferentemente da vacinação contra a febre aftosa. “O pecuarista pode fazer o manejo de acordo com as fêmeas que estejam na idade vacinal. Mesmo ocorrendo durante todo o ano, recomendamos que façam a vacina de seis em seis meses”, explicou.
Barreto informou que a vacinação só deve ser realizada por médicos veterinários cadastrados na Aderr. “É uma vacina que deve ser aplicada por um médico veterinário cadastrado na Aderr ou então por um técnico agrícola habilitado sob a responsabilidade um veterinário cadastrado. Para ser comprada, precisa de um atestado veterinário e, ao vacinar esse animal, o veterinário dá o atestado e o produtor vai à Aderr para cadastrar essa vacinação”, contou.
Ele alertou quanto aos riscos de contaminação na aplicação da vacina. “A vacina possui risco de contaminação grande, por isso é preciso um controle. As próprias revendas são credenciadas na Aderr no programa de brucelose para que informem as quantidades de vacinas vendidas e quem comprou, para podermos checar os dados e saber se os animais foram vacinados ou não”, afirmou.
O diretor-presidente explicou ainda que a emissão da GTA serve como um controle da doença. “A GTA já serve como um controle. A fiscalização pode ocorrer se houver suspeita da doença. Se o produtor quiser fazer certificação da propriedade que é voluntária e se houver necessidade de o serviço de defesa fiscalizar a propriedade e houverem fêmeas não vacinadas, o produtor pode sofrer as sanções de multa e impedimento de movimentar os animais”, frisou.
De acordo com Barreto, a incidência da doença em Roraima tem sido alta. “Nós temos uma incidência relativamente alta dessa doença, que é uma zoonose e pode ser transmitida para o ser humano. É mais uma doença de cunho profissional, em que os veterinários possuem mais chances de serem contaminados. É importante que os produtores vacinem os animais e tomem cuidados e se credenciem ao programa para sanear suas propriedades. Com a vacinação vamos perceber que essa doença vai controlar a ponto de zerar e então partiremos para a erradicação”, frisou. (L.G.C)