Cotidiano

Guiana quer pavimentar estrada e construir Porto de Águas Profundas

Empresários e governo participam de evento sobre a construção de um porto no país vizinho

O Governo da Guiana vai apresentar, na próxima quarta-feira, 16, o “Estudo de Mercado relativo à Pavimentação da Estrada Lethen-Linden e à Construção de Porto de Águas Profundas na Guiana”, que irá beneficiar o setor produtivo de Roraima e de outros estados brasileiros.  A solenidade de entrega do estudo ocorrerá em Georgetown, capital guianense, no Hotel Marriot, das 9h às 14h.

Na ocasião, será firmado um acordo de transporte e de defesa agropecuária entre Brasil e Guiana. Empresários roraimenses e representantes do governo se dirigirão para o local em caravana saindo de Boa Vista na manhã de segunda, 14, com retorno na quinta-feira, 17. A Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan), a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr); a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e o Ministério dos Transportes são algumas das entidades que participarão do evento.

A pesquisa foi elaborada por uma empresa alemã chamada HPC, subsidiária da administradora do Porto de Hamburgo, na Alemanha. A empresa foi contratada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por solicitação do Governo da Guiana.

Um dos coordenadores da caravana roraimense, o empresário Antonio Denarium, disse que a pavimentação da estrada Lethen-Linden e a possível construção de um porto de águas profundas na Guiana são de suma importância para o setor produtivo de Roraima e do Amazonas.

“Hoje, a matéria-prima e os produtos que entram e saem de Roraima, de tudo o que é produzido, vem e vai por Manaus (AM). E isso aumenta muito o custo da nossa produção. Este ano, a nossa colheita de soja, por exemplo, rendeu cerca de 70 mil toneladas. Para transportar a soja para Manaus, são necessárias 1,5 mil carretas com capacidade de 40 toneladas”, informou Denarium, ao acrescentar que isso exige um alto custo.

Atualmente, o porto de Itaquatiara (AM), que é utilizado pelos empresários roraimenses, fica a 1.100 km daqui. “Temos que custear o frete terrestre até o porto e ainda o frete do navio, que leva 12 dias para chegar ao oceano atlântico. Mas com a construção do porto na Guiana, teremos uma saída para o mar a apenas 680 km, com acesso privilegiado ao Caribe, canal do Panamá e mercados da América do Norte e Europa”, ressaltou.

A pavimentação da estrada e a implantação do porto serão importantes não só para Roraima, mas também para a Zona Franca de Manaus. “Nós e os empresários do Amazonas iremos economizar tempo e dinheiro.

Além disso, poderemos receber materiais e produtos de outros países através do porto”.

Conforme Denarium, a efetivação do projeto vai atrair investidores para Roraima e favorecer a economia local. “A utilização desse novo acesso vai fazer com que sejamos competitivos, pois o nosso custo de produção vai baixar. Isso, com certeza, vai trazer investidores para o Estado”, destacou o empresário.

Hoje, 11, a empresa responsável pelo estudo vai apresentar a viabilidade econômica para a instalação do porto, dados que ainda não foram divulgados. “O desenvolvimento de um estado deve caminhar junto ao avanço da infraestrutura. Por isso, esse projeto é de suma importância para todos nós”.

CONSUMIDOR – Além do comércio, o projeto também vai beneficiar o consumidor. “Se trouxermos a matéria-prima e exportarmos pela Guiana, teremos uma redução de custos que vai refletir nas vendas. Então iremos angariar um preço menor ao produto e, consequentemente, ele vai chegar mais barato ao consumidor final”, destacou Denarium. (B.B)