Cotidiano

Há 8 meses sem salário, servidores mantêm acampamento

Um dos servidores afirma “ São mais de mil reais só de contas de energia atrasadas”.

Os servidores terceirizados do Estado já estão há sete dias acampados em frente ao palácio Senador Hélio Campos, como forma de protesto em relação aos salários atrasados. À Folha, eles relatam que já são oito  meses sem receber e afirmam “ Estamos vivendo no descaso”.

Luiz Carlos, 45 anos é servidor terceirizado pelo Estado,há mais de 10 anos e trabalha como assistente de aluno em uma escola da capital. Ele mora de aluguel com a esposa e dois filhos e explica que todos no acampamento estão sobrevivendo de doações.

“Sem décimo, sem férias,e todos esses meses nossas contas estão atrasadas. Se formos lá pagar nossas contas a Roraima energia  não vai aceitar só um mês, que é forma que o governo quer nos pagar. Vivemos de doações e hoje não temos nem água gelada para tomar aqui no acampamento ”, explica.

Ele diz ainda que muitos estão com o serviço de energia cortados, devido aos atrasos e outros estão sendo perseguidos nas escolas. “Nos obrigaram a ir todos os dias a ir pra escola, sem ter salário. Eles estão fazendo frequências para saber quem vai para trabalhar. Estamos na mesma luta aqui. Muitos estão com a energia cortada pois são oito meses. Em casa as contas estão atrasadas, sem falar no aluguel, sem ter como comprar material para as crianças, estamos vivendo no descaso deste Governo”, disse.

Para a esposa de um dos servidores de Caracaraí, são de mil reais só de conta de energia.  É o que relata Cláudia Barreto, 42 anos, que veio para a capital com os filhos pois não tinha como se manter no município.

“Moro em Caracaraí, e estou aqui representando meu marido, pois só ele trabalha lá e não tem como vir para este protesto. Eu tenho uma filha que tem deficiência e tive que trazê-la, pois a situação está difícil. Eu tenho um filho de nove anos que vai voltar as aulas e não tem material. Meu marido está trabalhando no interior, fazendo trabalho autônomo. Muitos aqui não tem dinheiro pra voltar pra casa”, enfatiza.

Outra funcionária que não quis ser identificada disse afirma “a imprensa nos ajudou muito! Nós fizemos o pedido para que a sociedade pudesse nos ajudar com doações, e fomos atendidos, mas ficaremos aqui até receber nossos salários. Por isso pedimos a colaboração de todos e também de quem puder doar um banheiro químico, pois somos barrados no Palácio e na Assembléia Legislativa, eles não permitem nossa entrada”, relata.

Outro lado

O Governo do Estado informou que, apesar de a atual situação econômica em que o Estado se encontra, no dia 4 de fevereiro efetuará o pagamento às empresas terceirizadas para que os salários dos funcionários referentes ao mês de janeiro de 2019 sejam pagos.

Os meses seguintes serão pagos normalmente, mês a mês. Ainda segundo o Governo, os valores referentes aos anos anteriores serão pagos quando a situação financeira do Governo do Estado apresentar equilíbrio.