Cotidiano

Há vagas sobrando para estágio para pessoas com deficiência

CIEE oferta vagas de estágio em várias áreas para alunos com deficiência de níveis médio e superior por meio da “Lei das Cotas”

Estágio é o primeiro passo para o jovem ingressar no mercado de trabalho. A Lei 8213/91 oportuniza aos portadores de necessidades especiais (PNE) uma vaga para desenvolver e testar habilidades propostas pela função ali permitida. Em Roraima, o Centro de Educação Empresa-Escola (CIEE) oferta vagas para este público em diversas áreas, como administração e economia, mas a procura é inferior à demanda.

Conforme a supervisora de unidade de operação do CIEE, Leidiane Pontes, a instituição oferta vagas de estágio em diversas áreas para estudantes PNEs no nível médio e superior. Essas vagas são garantidas pela Lei 8213/91, mais conhecida como “Lei das Cotas”, que determina que toda empresa com 100 ou mais empregados deva preencher uma parcela de seus cargos com pessoas com deficiência.  “Atualmente, o mercado de trabalho prioriza esse tipo de profissional e são muitas as ofertas de vagas”, disse.

Os estudantes PNEs que se interessarem pelas vagas de estágio podem cadastra-se ao CIEE, através do site da instituição, ou procurar a unidade física, localizada na rua Cecília Brasil, 1055B, no Centro, que fica aberto de segunda à sexta-feira em horário comercial. “O PNE que se cadastrar no CIEE, dependendo da faculdade que esteja cursando, já tem uma oportunidade de estágio garantida”, destacou Leidiane.

Apesar da demanda, ela informou que o público alvo da lei das cotas não aproveita a oportunidade, pois o número de vagas é superior à procura. “Hoje muitas empresas procuram esses profissionais, pois o empresariado está se conscientizando e se adaptando às questões de acessibilidade, mas os portadores de necessidades especiais, na maioria das vezes, não sabem dessas oportunidades ou talvez tenham dificuldade de acesso às informações”, destacou.

Para a acadêmica do curso de jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR) Narayana Moura, sobram vagas para este público devido à falta de divulgação. “Acho que a falta de divulgação acaba sendo proposital. As empresas não querem pessoas com deficiência, pois dá trabalho adaptar a estrutura física para recebê-las”, disse.

Uma portadora de necessidades especiais, que preferiu não se identificar, afirmou que a dificuldade no transporte da sua residência até o local de trabalho a impossibilita de procurar emprego. “Não tenho carro, ando em cadeira de rodas e dependo de transporte público para me locomover. E, muitas vezes, os ônibus e táxi-lotação não param, pois dá trabalho me tirar da cadeira e colocar dentro dos veículos que não são adaptados”, disse. (I.S)