Cotidiano

Hemocentro prepara programação especial para o Dia do Doador Voluntário

De acordo com a diretoria de captação do órgão, o Estado dispõe de cerca de 80 mil doadores cadastrados, mas menos da metade são doadores fidelizados

Será comemorado em todo o país hoje, 25, o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue. A data foi instituída no Brasil em 30 de junho de 1964, pelo decreto 53.988 promulgado pelo Presidente Castello Branco. Para aproveitar a data, o Hemocentro de Roraima, por meio de seu núcleo de captação, estará realizando uma ação especial voltada para doadores regulares. A intenção é homenagear a todos aqueles que, de forma indireta, ajudam a salvar vidas.
“É uma data muito significativa para eles, pois é um ato nobre. Os doadores tem a plena convicção que essa atitude está servindo para salvar vidas, e nós do setor de captação, vamos prestar uma homenagem na data a todos eles. Vamos oferecer um café da manhã a todos aqueles que comparecerem para doar sangue e de certa forma agradecer a contribuição que eles estão dando”, destacou a diretora do núcleo, Terezinha Khan.
Conforme Terezinha, a captação de doadores continua sendo o principal desafio dos hemocentros de todo o país. Segundo estimativas do sistema Hemovida, existem atualmente em Roraima 80.567 cadastros. Desse quantitativo, 32.366 são de doadores fidelizados, que aqueles doadores que fazem a doação e retornam pelo menos uma vez por ano, um número que parece muito, mas que ainda é insuficiente para atender a demanda de todo o Estado.
“Infelizmente, esse quantitativo de mais de 23 mil doadores, não é suficiente para atender a demanda. O Homocentro de Roraima é o único centro de captação de sangue do Estado, ou seja, é o único que atende a toda demanda de todos os municípios, tanto de hospitais públicos quanto os privados. Se todos os 32.366 cadastrados no sistema Hemovida realmente doassem, sem dúvida alguma supriria a demanda de todo o Estado. A nossa base é de pelo menos 80 doadores ao dia, mas nós não temos esse quantitativo, e tendo em vista a quantidade de acidentes que acontece diariamente, o nosso estoque acaba tendo que sofrer baixas”, frisou.
Ainda de acordo com a diretora, os fatores Rh negativos continuam sendo os que mais estão em falta nos bancos da unidade. “Esse é até um pedido que nós fazemos com frequência, que os doadores de O- compareçam ao hemocentro para doar, porque o nosso estoque é baixo para esse fator. E esse pedido vai principalmente para aqueles doadores que vem  doar sangue apenas para uma ocasião, que são geralmente as pessoas que doam para ajudar na cirurgia de um parente ou amigo e depois não comparecem mais ao hemocentro”, destacou.
Além de saber que está salvando vidas, o doador de sangue garante também outros benefícios para a sua vida. Por lei, o doador de sangue poderá folga do trabalho, acesso a programas culturais e garantir pontos em concursos públicos. Para se tornar um doador, a pessoa tem que primeiramente estar com uma boa saúde, não estar gripado ou resfriado, não ter tido hepatite após 10 anos de idade e ter um peso acima de 50 quilos.
No dia da doação, o voluntário não poderá ter ingerido bebida alcoólica 12 horas antes do procedimento, e se fumante, aguardar pelo menos 02 horas antes de doar sangue. Atualmente, graças a portaria 2.712/13, o adolescente com 16 anos também pode doar sangue, mas desde que ele venha acompanhando dos pais ou responsáveis legais e com um documento de autorização do juizado.
ATUTUDE QUE TRANSFORMAM VIDAS  O ato de salvar vidas já faz parte da vida da jornalista Manu Pasqualotto, 28 anos. Ela contou a Folha que sempre teve vontade de seguir o exemplo da mãe, Celia Minotto, mas que por conta do medo, acabava mudando de ideia. “Um dia, a minha mãe que também é doadora de sangue precisou de fator negativo para fazer uma cirurgia. Como eu tenho sangue O- e sempre tive vontade de doar, eu acabei me dispondo a ajudar. Eu sempre ficava com receio do procedimento, pois muita gente falava da agulha, que desmaiavam ao final do processo, então isso me deixava amedrontada, mas no final acabei criando coragem e comprovando que não é isso que as pessoas costumam a falar”, disse.
Para a jornalista, o gesto fez com que ela enxergasse a vida com outros olhos. “No final das contas, a minha mãe nem precisou do meu sangue, mas sem dúvida, outras pessoas puderam ser beneficiado dele. Só pelo fato de saber que ajudei a salvar uma vida, já me faz feliz. Foi a partir desse momento que passei a me tornar uma doadora regular. A primeira vez de muitas oportunidade, e já estou fazendo a cabeça do meu namorado e dos meus amigos para eles se tornem também doadores”, salientou.   Outro que também se tornou um doador voluntário foi Jhonny de Jesus, 29 anos. Para o estudante universitário, toda a sociedade deveria aderir a iniciativa. “Acho primordial ajudar o próximo e é um ato que todos podem deveriam aderir. Devemos pensar nas pessoas enfermas que estão no leito de hospital, muitas vezes sem parentes ou amigos precisando de sangue para fazer uma cirurgia ou até mesmo para continuar vivendo. Acho que o ser humano deveria ser menos egocêntrico e pensar um pouco mais no próximo”, pontuou.
O Homocentro de Roraima está localizado na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, número 3.418, bairro Aeroporto. O horário de funcionamento para cadastro é de 7h30 às 11h30, encerrando a coleta às 12 horas, e pelo período vespertino de 13h30 às 17h30 para o cadastro e encerrando a coleta às 18 horas. Outras informações podem ser obtidas no telefone (95) 2121-0883. (ML)