Com o número de focos de queimadas ultrapassando os 3.729 somente neste ano, o cuidado com a saúde precisa ser redobrado. A fumaça inalada pode causar danos às vias respiratórias, assim como ter contato com as fuligens podem causar doenças crônicas, caso não sejam tratadas. Os idosos e crianças, por terem um sistema imunológico mais frágil, acabam sendo os principais acometidos.
O otorrinolaringologista Mauro Schmidt assegura que o principal meio de evitar os problemas é a hidratação e evitar a exposição nos locais que possuem risco de queimadas.
“Os restos de cinzas são irritantes para as mucosas nasal e pulmonar, então ‘ataca’ a alergia respiratória e dá rinite alérgica, uma bronquite e até uma asma. Tem que evitar sair muito e ficar mais restrito”, disse.
Evitar viagens para o interior de Roraima também é um dos meios de evitar uma doença respiratória, já que algumas localidades têm muitos focos de queima. Caso esteja com a saúde já debilitada ou queira evitar mais prejuízos, o médico orienta que se usem máscaras.
“Os principais sintomas são irritações nos olhos, com lacrimejamentos, coriza e falta de ar. Até um chiado no peito, tosse seca e dificuldade para engolir”, informou.
O especialista afirmou que na aparição dos primeiros sintomas, o melhor a se fazer é procurar uma unidade hospitalar.
“As crianças pequenas começam a tossir e desenvolver uma dificuldade respiratória, o chamado ‘chiado do peito’, que ‘ataca’ a bronquite. O nariz tranca e elas choram, aí vai precisar ficar em observação e fazer inalação. Em algumas dificuldades respiratórias, tem até que ficar internado porque corre o risco de o pulmão parar e ter complicações, como uma parada respiratória”, destacou.
Além das crianças, esses problemas podem aparecer em adultos e idosos que têm problemas pulmonares ou foram viciados em fumo.
“Em longo prazo, pode acarretar uma doença crônica e a pessoa tem que usar remédios por um bom período de tempo. Se a doença não for tratada, pode até ficar com dificuldades para se locomover ou até levar à morte”, alertou.
ALTAS TEMPERATURAS – No período seco e sem previsão ainda para chuvas, o médico lembrou que por causa das altas temperaturas, há uma transpiração maior que acarreta na desidratação mais rápida.
“É uma coisa bem simples e as pessoas esquecem. O nosso corpo tem 67% de água, então, se está perdendo, tem que repor isso. Algumas pessoas não têm o hábito de beber água, mas têm que andar com uma garrafa”, assegurou.
Schmidt enfatizou que um adulto tem que beber, em média, dois litros de água por dia. E para evitar que se esqueça da prática, basta colocar um despertador como lembrete. Outro meio prático de evitar os problemas de saúde devido à estiagem é fazer a inalação com equipamentos específicos ou também colocar baldes com água dentro do quarto, assim como evitar ter o contato direto do vento dos refrigeradores de ar.