Cotidiano

Hipermercados apostam na zona Oeste

Com a cesta básica do boa-vistense em alta e a concorrência com atacadistas, empreendimentos vão em busca de consumidores nos bairros

Buscando driblar a crise, hipermercados localizados em bairros centrais da Capital têm apostado na abertura de filiais em bairros mais afastados do Centro, como os das zonas Oeste e Sul, com o intuito de atrair novos consumidores com preços mais baixos e vantajosos.

A aposta tem dado resultados significativos, já que a migração desses empreendimentos tem causado uma inversão em relação à busca por preços mais competitivos. Os próprios moradores das áreas centrais de Boa Vista estão indo a estes empreendimentos instalados nestes locais. Exemplo disso é uma rede de supermercados que possui matriz no Cento há mais de 10 anos e, recentemente, inaugurou uma filial no bairro Raiar do Sol, na zona Oeste.

“Nós tínhamos clientes que moram aqui na redondeza e iam para o Centro para comprar. A abertura superou nossas expectativas, porque achávamos que os bairros mais afastados eram menos populosos do que realmente são. Todos os dias tem fila para entrar no supermercado, coisa que no Centro não acontece”, disse o gerente da unidade, Ralf Santos.

Segundo ele, a grande vantagem para o consumidor que mora em bairro mais afastado do Centro é a comodidade. “Essas pessoas tinham que se dirigir até o Centro para ter mais opções de compra. Aqui é mais um público específico, mas as promoções e os preços dos produtos são os mesmos, o que muda é a comodidade”, destacou.

A aposta na abertura de novas filiais, de acordo com o gerente, foi para competir com os hipermercados que vendem no atacado e varejo. “Mesmo com a inauguração dos hipermercados, estamos em crescimento e decidimos apostar na abertura de novos empreendimentos para competir com esse mercado. Aqui tem onde crescer e queremos atender o nosso consumidor final. Não somos atacadistas, atendemos donas de casa e pais de família”, ressaltou.

Com a cesta básica do boa-vistense disparando, que chegou a R$ 442,83, em julho, sendo considerada a mais cara da região Norte, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as filiais têm conseguido atrair boa parte do consumidor em busca de preços mais em conta.

É o caso da funcionária pública Maria Auxiliadora, que tinha que se deslocar do bairro Liberdade, zona Oeste, onde mora, até o Centro para fazer rancho do mês. “Os preços aqui estão razoáveis, bem melhor do que nos supermercados do Centro. Encontrei produtos bem em conta, como o frango, que aqui está menos de R$ 5,00 e, no Centro, está mais de R$ 7,00, assim como o leite, que está R$ 5,00”, disse.

Ela afirmou gastar cerca de R$ 800,00 com despesas de supermercados e aprovou a migração dos empreendimentos para bairros mais afastados. “A abertura de um hipermercado para cá ficou melhor. O custo de vida está alto e qualquer preço mais barato ajuda”, frisou. (L.G.C)