FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
Os boa-vistenses costumam se deslocar para balneários – banhos – durante os dias de folga para fugir do calor e da rotina. Os ambientes, apesar de agradáveis, são cheios de possibilidades comprometedoras para a segurança dos banhistas. Para contornar os perigos, existem os salva-vidas, ou melhor, os guarda-vidas, que têm o seu dia comemorado hoje, 28 de dezembro. O primeiro termo se refere a alguém que atua diretamente nos afogamentos, enquanto o segundo é mais abrangente e engloba todo tipo de prevenção em ambientes líquidos.
Todos os integrantes do Corpo de Bombeiros Militares de Roraima (CBMRR) aprendem técnicas de “guardar a vida” durante os cursos de carreira, mas para atuar na área é necessária uma especialização específica, que é oferecida tanto para quem faz parte da corporação, quanto para outras instituições públicas e privadas.
O CBMRR já formou duas turmas e conta com 63 guarda-vidas formados em Roraima. O número de atuantes na área ainda é pouco maior porque há oficiais formados em outros Estados e civis que realizaram o curso para atuar em piscinas e balneários particulares. Há também 53 bombeiros que atuam como mergulhadores.
“Não há um calendário regular dos cursos. Nós fazemos conforme a necessidade da instituição e a solicitação de outros órgãos, que inclusive podem ser particulares. A questão é que, primeiro, nos organizamos e quando o curso é elaborado, então oferecemos as vagas para outras instituições, principalmente as de segurança pública, e os balneários da cidade, tanto os particulares, quanto alguns públicos que estão sob a responsabilidade do Corpo de Bombeiros. Há ainda aqueles ligados à Prefeitura”, explicou o comandante da Companhia de Busca e Salvamento (CBS) do CBMRR, tenente Assis Santos.
A CBS atua em pontos fixos de balneários que ficam entre a Vila das Copaíbas e a Praia Grande. Já os tradicionais banhos da Polar, Cauamé e Caçari são de responsabilidade da Prefeitura de Boa Vista e o trabalho de prevenção é feito pela Guarda Municipal, mas com o apoio dos bombeiros, porque a equipe do município não dispõe de mergulhadores. A cobertura dos guarda-vidas dos bombeiros não ocorre sempre, sendo estrategicamente pensada para os domingos e feriados em que se estima que haverá grande número de banhistas.
Apesar de a cobertura ocorrer de forma estratégica e não permanente, o tenente garante que os casos de afogamento ocorrem por uma peculiaridade da região. “A maioria dos afogamentos não ocorre em balneários regulares, então a gente tem uma quantidade de mortes desse tipo onde não há a presença de guarda-vidas. Nos locais com esses profissionais, tivemos quatro resgates com vida de pessoas afogadas, mas no total tivemos 25 mortes por afogamento neste ano”, afirmou. O número é menor que o de 2017, quando houve 33 pelo mesmo motivo.
ORIENTAÇÕES – Apesar da queda no número de mortes por afogamento, o tenente Assis Santos afirmou que houve um aumento de acidentes com embarcações. Por isso, a orientação é ter cuidado pela própria vida e a de familiares e amigos, sempre usando o colete salva-vidas.
Quando crianças forem a balneários, é necessário que toda a atenção dos responsáveis esteja voltada para a observação e segurança delas. A recomendação dada é que a maior distância entre o responsável e os pequenos seja de um braço estendido. “É preciso ainda evitar saltos de trampolins. Um dos fatores que contribuem para mortes por afogamentos são os saltos, porque há muitas árvores, barrancos e os banhistas saltam destes locais, o que gera afogamentos”, declarou o tenente.
Travessia de rios a nado deve ser evitada. Mesmo que as distâncias não sejam grandes, as correntezas são muito fortes e durante o trajeto pode ocorrer uma câimbra ou outro tipo de lesão, e resultar em afogamento. (F.A)