Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-c) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) aponta que o setor privado continua em crescimento no Estado desde o início da série história, em 2012, e apresenta 69 mil empregados no setor (exceto trabalhadores domésticos). Já os empregados no setor público são 55 mil. Os números são referentes ao período de abril a junho deste ano.
Mesmo com a diferença de 14 mil empregados a mais no setor privado em relação ao setor público, a máxima de que Roraima vive da economia do contracheque ainda persiste, como explica o economista Fábio Martinez.
“Mesmo com esse número a mais no setor privado, quem trabalha no setor público tem uma participação mais elevada na movimentação financeira do Estado por ter um salário maior, além de que, das pessoas que trabalham no privado apenas 40 mil têm carteira assinada e 29 mil trabalham sem carteira”, disse.
Para o economista, a tendência é que até 2050 a economia do Estado possa estar voltada mais para o setor privado que para o setor público.
“Esta tendência é clara por estudos feitos nas atividades vinculadas à Fecomércio [Federação do Comércio e Serviços de Roraima], que mostra um crescimento em vários ramos da iniciativa privada, como construção civil e agropecuária, e se mantivermos esse crescimento em relação ao valor movimentado de dinheiro, devemos ultrapassar o setor público no ano de 2050”, afirmou.
Na categoria de setor privado incluem-se as pessoas que trabalhavam para um empregador (pessoa física ou jurídica) do setor privado, recebendo remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios.
Já os 55 mil empregados no setor público são pessoas que trabalhavam para o governo, em qualquer esfera: municipal, estadual ou federal, e abrange, além das entidades da administração direta, as fundações, autarquias, empresas públicas e empresas de economia mista. Inclui, ainda os conselhos de classes profissionais, com devidas exceções.
Domésticos e Familiares – Já em relação aos trabalhadores domésticos, especificamente, somavam 14 mil no último trimestre. Destes, 4 mil tinham carteira de trabalho assinada e 10 mil prestavam serviço doméstico sem carteira. O conceito de trabalhador doméstico engloba os profissionais que prestam serviço a um ou mais domicílios.
O total de trabalhadores familiares em auxílio a parentes ou moradores do mesmo domicílio foi de 6 mil no trimestre. O grupo é composto por pessoas que trabalharam em ajuda a familiares, independente de residirem no seu domicílio, sem receber remuneração. Os familiares auxiliados podem trabalhar como empregados no setor privado, trabalhadores domésticos, ou até mesmo como empregadores, ou trabalharem por conta própria. (R.R)
Roraima tem 37 mil desocupados
A taxa de desocupação foi de 14,9% no trimestre de abril a junho (Foto: fluxograma/IBGE)
Seguindo tendência do restante do País, a taxa de desocupação em Roraima, apresentada pela Pnad Contínua, foi de 14,9% no trimestre de abril a junho deste ano. Já a taxa de desocupação, percentual de pessoas desocupadas em relação às pessoas na força de trabalho, apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior (janeiro a março de 2019), porém cresceu em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (abril a junho de 2018).
A diferença da taxa de desocupação relativa ao trimestre anterior foi de -0,1%, uma variação pequena que aponta para estabilidade da taxa.
Em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, apresentou diferença de 3,7%, uma variação positiva que aponta para aumento da taxa. Portanto, apesar de estabilidade frente ao trimestre anterior, pode-se afirmar que a taxa de desocupação cresceu quando comparada ao mesmo período de 2018.
Em números absolutos, a Pnad Contínua estima que havia 37 mil desocupados no último trimestre. Ou seja, 37 mil pessoas estavam sem trabalho no período de referência e tomaram alguma medida para conseguir emprego no período de 30 dias, como entregar currículo, atender a entrevistas de emprego, inscrever-se em concurso, entre outras atitudes.
OCUPAÇÃO – O nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar (aquelas com 14 anos ou mais na data de referência), foi de 53,3%. Isto significa que, do total de 397 mil pessoas em idade de trabalhar, 212 mil estavam ocupadas. Houve estabilidade tanto frente ao trimestre anterior, 55,1%, assim como em relação ao mesmo trimestre de 2018, 54,9%.
No trimestre de abril a junho de 2019, havia 212 mil pessoas ocupadas em Roraima.