O número de pessoas desocupadas continua registrando recorde em Roraima. Neste primeiro trimestre do ano, 15% da população roraimense, apta a trabalhar, está desempregada, o que representa 39 mil pessoas, sendo a maior quantidade já registrada no Estado. Os dados fazem parte de pesquisa divulgada nessa quinta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que entende como pessoas aptas para trabalhar aquelas com idade a partir dos 14 anos.
Esse é o sexto aumento seguido na taxa de desocupação de Roraima segundo o economista Fábio Martinez, que disse quese comparar os três primeiros meses de 2019 com o mesmo período de 2018, houve um aumento de 4,7 pontos percentuais na taxa de desocupados.
“Essa escalada começou no final de 2017 por causa da crise econômica e da migração, mas é bom destacar que esse ano foi um dos melhores para Roraima no que se refere à geração de emprego. Ou seja, aumentou tanto o número de pessoas desocupadas quanto o de ocupadas”, ressaltou.
Martinez explicou que o aumento na taxa de desocupação é reflexo na quantidade de pessoas procurando emprego, pois há pessoas que antes não estavam trabalhando e agora estão à procura de ocupação, bem como tem ainda a questão do fluxo migratório em que muitos vieram para Roraima em busca de trabalho. “Ou seja, esse aumento não significa uma extinção de postos de trabalho, porque, segundo dados do IBGE, o Estado teve um crescimento de 4 mil postos neste primeiro trimestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado”, esclareceu.
O economista explicou que a geração de emprego também aumentou. O total de pessoas ocupadas é 218 mil, sendo o maior resultado que Roraima já teve.“Em 2018 eram 214 mil pessoas ocupadas e agora em 2019 esse número subiu para 218 mil. No geral cresceu a quantidade de pessoas ocupadas e de desocupadas”, frisou Martinez.
Segundo ele, o aumento na taxa de 15% de desocupação não é um dado positivo, mas o que alivia é que por outro lado não teve queda no número de pessoas ocupadas. “Seria mais preocupante se, além do aumento na taxa de desocupados, tivesse redução na quantidade de pessoas ocupadas, como aconteceu no segundo e terceiro trimestres de 2018. Mas pelo contrário, houve aumento no número de desocupados e de pessoa ocupadas este ano”, ressaltou, comentando que enfrentar o desemprego não é fácil e nem rápido, pois demanda de políticas locais e nacionais, para que seja retomado o crescimento da geração de emprego.