IBGE visitará 13 mil propriedades rurais durante Censo Agro 2017

Aproximadamente 13 mil estabelecimentos rurais em Roraima serão visitados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que iniciou, nesta terça-feira, 3, a coleta de dados para o Censo Agropecuário de 2017. A pesquisa envolverá 66 recenseadores selecionados e treinados pelo Instituto.

O trabalho de coleta encerra-se no final de fevereiro de 2018 e a divulgação dos primeiros resultados deve ocorrer a partir de maio. O principal objetivo é investigar a nova realidade do meio rural no Estado, já que o último censo agropecuário foi realizado há 10 anos, em 2007.

O diretor-executivo do IBGE, Fernando Abrantes, veio a Roraima para realizar o lançamento do Censo. Em entrevista à Folha, ele destacou os avanços do Estado no setor produtivo no período. “A agropecuária passou por processo de transformação imenso. Roraima é um Estado hoje com setor agropecuário forte e é de interesse que isso seja levantado, porque de posse dessas informações se poderão definir políticas públicas sólidas e os agentes privados poderão tomar decisões de investimento com mais segurança”, afirmou.

A pesquisa abordará estrutura e produção agrícola, da pecuária, da silvicultura e da aquicultura. O resultado mostrará as transformações nas atividades agropecuárias ocorridas nos últimos dez anos, como a ação de redistribuição de terras, a expansão das fronteiras agrícolas, as alterações no uso do solo, o uso das práticas agrícolas, de conservação do solo e de tecnologias que envolvem a agropecuária.

“A base de informação que a sociedade tem sobre o assunto está um pouco desatualizada e as informações são cruciais, porque a agricultura é um dos setores mais dinâmicos para controlar a inflação, melhorar as contas internas e o desempenho do Produto Interno Bruto [PIB]”, destacou.

A novidade do Censo Agropecuário 2017 é que a pesquisa será feita integralmente por meio digital, mesmo em regiões remotas. “Os dados serão coletados por meio do Dispositivo Móvel de Coleta, que contém informações sobre os setores censitários e o Questionário Digital da Coleta, que tem um período de referência que vai de 1º de outubro de 2016 a 30 de setembro de 2017”, explicou o diretor-executivo.

Para Abrantes, o maior desafio é a comunicação aos produtores da pesquisa e da importância de responder ao questionário. “Pode ser trabalhoso, mas o ganho é imenso. Deve ficar claro aos produtores que os dados individualizados fornecidos estão preservados. Só serão usados para fins estatísticos, não sendo repassados a governo ou empresas privadas. Um dos critérios fundamentais que o IBGE tem é o sigilo da informação, e isso está garantido”, frisou.

VISITAS – Os recenseadores devem visitar estabelecimentos que desenvolvam atividades agropecuárias, florestais e aquícolas para venda ou subsistência, independentemente do seu tamanho. Serão considerados qualquer estabelecimento cuja sobrevivência econômica dependa totalmente ou em sua maior parte das atividades mencionadas, e o questionário deverá ser respondido pelo produtor ou pelo administrador da unidade, seja ele o chefe de uma pequena unidade de agricultura familiar ou o proprietário de extensas terras do agronegócio.

CENSO – O último Censo Agro data de 2006 e todos os resultados podem ser conferidos no portal do IBGE (www.ibge.gov.br) por meio da ferramenta SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática). Com base nesse vasto banco de dados verifica-se, por exemplo, que em 2006 eram 10.310 estabelecimentos agropecuários em Roraima e ocupavam uma área de aproximadamente 1,7 milhão de hectares, ou 0,5% do total nacional destinado a esse tipo de atividade. (L.G.C)