Cotidiano

Idosa morre em comunidade e família denuncia atendimento 

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades 

A Folha recebeu uma denúncia relacionada ao óbito de Teresa Patrício Nadulao, idosa de 88 anos da etnia Macuxi e moradora da comunidade indígena do Boqueirão, no município de Alto Alegre. Segundo denúncia anônima, a senhora teve o atendimento médico negligenciado por profissionais de enfermagem que atuam na comunidade.

Toda a situação ocorreu na última quinta-feira (5), quando, às 5h da manhã, a idosa que sofria com hipertensão começou a sentir fortes dores no peito. Os familiares acionaram de imediato as profissionais de saúde da localidade, que disseram que só poderiam atender a mulher a partir das 8h da manhã.

“Quando deu esse horário, pegamos a moto e levamos ela pra casa da dona Teresa. Só que quando chegamos, elas não aferiram a pressão dessa senhora e nem mesmo buscaram saber se ela tomava remédio controlado. Depois foram embora”, relata a denunciante.

Uma pessoa próxima à família de Teresa, que não quis se identificar, conta que uma das enfermeiras mora na localidade, o que significa que o atendimento poderia ter sido feito imediatamente.

Mesmo com a filha dela afirmando que a senhora fazia uso de remédios controlados, as duas técnicas teriam medicado a idosa com dipirona. “Ela não esperou em momento algum a reação da paciente”, completou o denunciante.

Após a saída das duas profissionais, o estado de saúde da senhora piorou e ela não conseguiu mais respirar. De imediato, a família buscou um transporte da Sesai disponibilizado à comunidade, mas que não estava disponível no momento, já que estava sendo utilizado para levar outros pacientes para o município de Alto Alegre.

Os familiares conseguiram um transporte particular, mas ela não resistiu e veio a óbito durante o trajeto.

A família buscou a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) para relatar a situação e denunciou que a equipe que atende à comunidade estaria incompleta.

“Fomos com o objetivo de pedir o afastamento dessas duas técnicas de enfermagem por conta do que aconteceu, o que já havia sido atendido de imediato pela Sesai. Eles também vão montar uma comissão para apurar todo esse acontecido, então a gente espera que a justiça seja feita”, esclareceu o homem.

OUTRO LADO – O Ministério da Saúde afirmou que ainda não iria se manifestar em relação ao caso nesta terça-feira. A Folha ressalta que o espaço estará aberto para o retorno do Ministério.