Como já é tradição, os roraimenses se preparam para celebrar as festas de Natal e Ano Novo. Devido à nova realidade vivenciada pelo Estado, por conta da vinda dos migrantes venezuelanos, a Folha questionou o Estado e o Município se farão atividades para comemorar a chegada do novo ano.
À reportagem da Folha, o Governo do Estado informou que a programação dentro dos abrigos fica sob responsabilidade das organizações que atuam no apoio aos imigrantes venezuelanos, não tendo nenhuma gerência sobre a questão.
Apesar disso, o Estado ressaltou, por meio de nota, que desde o dia 17 deste mês vem realizando a Cidade Natal, ação aberta ao público em geral, com programação variada que inclui apresentação de coral, presépio vivo, peças teatrais e musicais, entre outras atividades. “As apresentações seguem até sexta-feira, 22, sempre a partir das 19h, e a programação contempla toda a população, sem distinção, estimulando o amor e a fraternidade entre os seres humanos”, complementou.
Já a Prefeitura de Boa Vista reforçou, também em nota, que tem se esforçado para auxiliar as famílias venezuelanas que procuram ajuda em Boa Vista, com ações em diversas áreas, como educação e saúde, ressaltando ainda que o município não dispõe de recursos suficientes para atender a demanda dos estrangeiros, apesar de todos os esforços que vem fazendo para ajudar o país vizinho.
Sobre o emprego de ações alusivas ao natal, a Administração Municipal informou que iniciou a distribuição de cestas básicas arrecadadas pela Gincana Solidária, realizada pelo Programa Servidor de Valor. A campanha arrecadou aproximadamente 17 toneladas de alimentos não perecíveis, além de materiais higiênicos. “A entrega foi feita para famílias carentes identificadas pelas equipes da Secretaria Municipal de Gestão Social (Semges). Este ano, muitos beneficiados são migrantes da Venezuela e do Haiti”, completou.
ABRIGOS – Já nos abrigos administrados pelo poder público, a programação será de forma espontânea, graças à presença das entidades civis que atuam no apoio ao migrante. No abrigo do Ginásio Tancredo Neves, zona oeste da capital, pelo menos duas doações de alimentos estão programadas para ocorrer esta semana, segundo informou a gerente do abrigo, Silvana Monte. “As entidades têm nos procurado para saber se aceitamos algum tipo de apoio, o que nos deixa muito contentes. Temos, por enquanto, uma doação de alimentos no dia 23 e outra ação no dia 29”, contou.
Com mais de 500 pessoas, o abrigo foi montado para receber os imigrantes que estavam alojados em barracas improvisadas na Rodoviária Internacional José Amador de Oliveira – Baton, no bairro Treze de Setembro, zona sul da capital. A remoção ocorreu no final de outubro.
Já no Centro de Referência ao Imigrante (CRI), montado no ginásio do bairro Pintolândia, também na zona oeste, a programação deverá ser feita por entidades civis. Porém, até o momento, ainda não há a confirmação de nenhuma atividade, segundo informou uma voluntária da Federação Humanitária Internacional – Fraternidade. Montado pela Defesa Civil em 28 de agosto de 2016, o CRI é responsável por abrigar uma média de 500 pessoas. Recentemente, o local passou por adequações, graças à montagem de barracas cedidas pelo Governo Federal.
A Folha tentou contato com os representantes da ONG Fraternidade Sem Fronteiras, responsável pela administração do Centro de Acolhimento do Imigrante do bairro Operário, mas até o fechamento dessa matéria, às 18 horas, não obteve retorno. (M.L)