Atualmente, das 24 vagas nas câmaras frias do IML (Instituto Médico Legal) de Roraima, sete estão ocupadas por corpos de venezuelanos, que morreram devido a mortes violentas e naturais, enviados pelo HGR (Hospital Geral de Roraima).
Segundo a diretora do IML, Marcela Campelo, todos os corpos que estão atualmente no local são de homens, sendo um de um bebê, com uma identificação prévia, conforme os documentos que estavam com as vítimas. No entanto, não há como fazer uma comprovação de identidade, pois os dados dos venezuelanos não constam nos registros brasileiros para realizar o processo de comparação, por exemplo, com as digitais.
O prazo para esses corpos permaneceram no instituto é de até 90 dias. Caso as famílias não os retirem para fazer o sepultamento, eles serão enviados para o cemitério público, onde deverão ser enterrados indicando identificação ignorada pela falta de comprovação de identidade.
Marcela disse que antes disso, o processo do IML é tentar o contato com todas as famílias, buscando encontra-las com base nos documentos que as vítimas portavam, entretanto, a dificuldades financeiras das contatadas as impede de buscar os corpos dos familiares mortos.
“Fizemos contato, por meio do consulado da Venezuela, com todos os parentes encontrados. No entanto, eles não têm como vir buscar os corpos dos familiares, por enfrentarem dificuldades financeiras. O consulado também passa por problemas de recursos e não tem como auxiliar no processo de repatriação que é muito oneroso. Apenas o corpo de uma bebê a família conseguiu buscar para enterrar na Venezuela, mas levou cerca de seis meses para que isso ocorresse”, relatou, comentando ainda que as famílias pedem um tempo para tentar leva-los para o país de origem, onde gostariam de enterra-los, como é o casos dos bebês.
Caso alguma família de imigrantes precise fazer contato com o IML é possível por meio do e-mail: [email protected] ou diretamente no local, que fica na avenida Venezuela, número 2.083, no bairro Liberdade.