Cotidiano

Impacto da crise financeira no comércio foi controlado

Apesar dos salários atrasados, o setor comercial e industrial do Estado conseguiu sobreviver sem maiores prejuízos ao ano de 2018

Embora Roraima tenha vivido uma realidade de intensa crise financeira em 2018, o setor comercial e industrial conseguiu evitar maiores prejuízos adotando algumas medidas alternativas. Com a proximidade do fim do ano, a avaliação da Associação Comercial e Industrial de Roraima (ACIR-RR) é que o impacto foi controlado.

De acordo com o presidente da ACIR, Jadir Correia, o impacto não foi tão grande nas empresas do Estado quanto poderia ser pela gravidade da crise não ter ocorrido durante o ano todo.

O presidente informou que o início do ano, por exemplo, teve uma avaliação positiva, mas que nos últimos meses a problemática do atraso dos salários influenciou negativamente, considerando que o funcionário público de modo geral é o principal investidor no setor. “Na realidade, não foi um ano tão ruim. Foi razoavelmente bom. No meio do ano, quando começou o descontrole das contas públicas e a população não recebendo periodicamente, atrapalhou já que o grande consumidor nosso é do serviço público”, informou.

Os números específicos sobre aberturas e fechamentos de empresas só podem ser divulgados pela Junta Comercial de Roraima, porém, da parte da associação, o presidente observou que o descontrole não foi total. “Pessoas tiveram problemas, sim. Ficaram com a mercadoria na prateleira e não conseguiram pagar os fornecedores no tempo correto. Não tenho conhecimento de empresas que fecharam, aconteceu com companhias menores e que ainda estavam em processo de desenvolvimento. Mas aquelas que já estavam instaladas no mercado sobreviveram”, completou.

MOTIVO – Um dos pontos que colaborou para impedir um prejuízo ainda maior no setor, conforme a Acir, foi a compreensão dos empresários da realidade do Estado. “A gente tem que aprender a viver com as adversidades, com as ‘vacas magras’. Eu, particularmente, pisei no freio. Comprei menos porque sabia que a venda seria menor”, informou.

Outro ponto foi a dependência do investimento da população que atua em outras esferas da administração pública e daqueles que trabalham em empresas privadas. “De outubro para cá, com o atraso nos salários dos servidores estaduais, a situação se agravou. A sorte é que temos muitos servidores federais e municipais que recebem em dia. O descontrole não foi total”, ponderou.

Com relação aos pontos positivos para o setor, o presidente da associação afirmou que foram poucos, porém, espera que a situação melhore nos próximos anos. A expectativa, segundo Jadir, é que os poderes trabalhem juntos em prol do Estado. “Sabemos que a recuperação não vai ser fácil, mas temos fé que a situação venha a clarear. Será um ano de ajustes. O Estado está muito desequilibrado. A gente espera que os nossos gestores, de maneira geral, sentem, conversem e vejam o que é melhor para Roraima. O Estado precisa de um entendimento, se não a situação não muda”, finalizou Correia. (P.C.)