Cotidiano

Imprudência ainda é maior causa de acidentes de trânsito

Especialista em seguro avalia que boa-vistenses ainda praticam hábitos irregulares no trânsito que favorecem casos de acidentes

Em apenas um ano, foram contabilizados mais de 245 mil acidentes de trânsito em todo país. As capitais brasileiras somam 43.803 registros, em que a maior parte das vítimas teve algum tipo de sequela permanente. Os dados divulgados pela pesquisa especial produzida pela Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, demonstram apenas os casos que foram indenizados pela seguradora, indicando que os números podem ser muito maiores.

Boa Vista ficou em 19º lugar no ranking das capitais que mais tiveram ocorrências asseguradas pelo DPVAT, com 748 acidentes. Para especialistas, a falta de aceitação nas mudanças comportamentais no trânsito é o fator principal que coloca a cidade roraimense em destaque com números comparados com outras regiões.

Segundo o advogado da Seguradora Líder, Malon Dantas, as vias da cidade apresentam boas condições, o que descartaria ser o principal ponto para que as pessoas sofressem acidentes. Para ele, a falta de atenção e imprudência no trânsito continuam sendo os motivos mais frequentes relatados pelos clientes que procuram a seguradora. “São vias boas, com acesso e sinalização. Se observarmos, de seis meses atrás para hoje, o número de mortes [no trânsito] aumentou e a maioria está relacionada à imprudência”, relatou.

Das imprudências que mais chamam atenção no trânsito roraimense está o uso de álcool e de aparelhos celulares enquanto realiza a condução. Outro ponto levantado pelo advogado foi o costume de muitos boa-vistenses em dirigir em alta velocidade, ignorando que as características do trânsito mudaram com o aumento da frota de veículos.

“Muitos têm a pressa de chegar em determinado local. A capital teve aumento no número de carros e motos, o costume é andar em vias largas, boas e tranquilas. O único engarrafamento aqui é de semáforo, mas já é sentido o horário de pico. O motorista boa-vistense tem que se adequar a uma nova realidade porque não está acostumado com isso”, prosseguiu.

Dantas afirmou que para mudanças nesse cenário é preciso aplicação de políticas públicas que visam à educação, não se limitando apenas em ações punitivas. “O brasileiro só sente quando é no bolso ou por campanha”, assegurou. O advogado disse que a administração pública deve estar atenta em ampliar cada vez mais a importância de ter um trânsito mais educado.

Além das campanhas feitas massivamente para a sociedade, o advogado completou que é preciso ter uma aceitação na mudança de pensamento por parte dos condutores. “Essa imprudência é fruto do inchaço da frota de veículos e também populacional. É notório que a educação do boa-vistense se mantém a mesma, andando rápido, sem CNH [Carteira Nacional de Habilitação] e falta de atenção. É o comportamento de cidade pequena, mas isso mudou”, finalizou. (A.P.L)