Cotidiano

Índices de infestação caem, mas ainda preocupam as autoridades

Para Gerencia Estadual de Combate à Dengue e Febre Amarela, apesar da mudança na classificação de risco, número atual se mantem alto em Roraima

O índice de infestação do mosquito Aedes Aegypt, responsável pela transmissão do vírus da Dengue e do Chikungunya, diminuiu em Roraima, mas não o suficiente para afastar os temores de uma possível epidemia. A afirmação foi feita durante reunião promovida pela Sesau (Secretária Estadual de Saúde), na manhã desta última sexta-feira, dia 05, no auditório do Corpo de Bombeiros, no bairro Pricumã, zona Oeste da Capital.
Conforme a própria Sesau, a reunião teve o objeto de apresentar o resultado das ações de enfrentamento à doença, realizadas em conjunto com outras entidades. Além da secretaria, o mutirão de combate a dengue e chikungunya contou com o apoio da Prefeitura de Boa Vista, Defesa Civil Estadual, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar de Roraima e Exército.    
Segundo o gerente do Núcleo Estadual de Dengue e Febre Amarela, Joel Lima, foram confirmados em Roraima 1.800 casos de Dengue e 10 notificações de Chikungunya, todos importados de países vizinhos. “Hoje nós temos notificados no Estado 1.800 casos de Dengue, desses 700 foram confirmados. Nesses últimos dias de operação, constatamos cinco casos graves da doença e uma morte. Já em relação a Febre Chikungunya, até o momento, nenhum caso autóctone foi registrado em Roraima. As 10 notificações são relacionadas a casos importados da Venezuela e Guiana”, disse.
Segundo ele, em Boa Vista, as ações contaram com 200 profissionais, 187 envolvidos diretamente in loco. As atividades desenvolvidas pelo grupo fizeram com que a classificação de risco da Capital fosse alterada, caindo de Alto para Médio Risco.  “Quando nós iniciamos a força tarefa, o município de Boa Vista encontrava-se com 8,4% de infestação do mosquito, que é considerado de Alto Risco pelo Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRa), e ao chegarmos ao termino das ações, o índice caiu para 2,7%. Uma queda significativa, mas o índice ainda é considerado elevado. O ideal era que esse percentual estivesse no máximo em 0,9%”, afirmou.
O gerente ressalta ainda que os resultados só foram possíveis graças à parceria com outras entidades. “Todos os bairros da Capital foram visitados, com um total de 135 mil imóveis. Desse número, equipes conseguiram adentrar em 114 mil casas trabalhadas, as equipes fizeram todo um trabalho de limpeza dos locais e eliminação de criadouros do mosquito. Todo um trabalho desenvolvido em conjunto com instituições parceiras para diminuir os índices”, frisou.
Lima destacou também que mesmo a sociedade sendo receptiva a ação, as equipes encontraram algumas dificuldades. “No geral, não há diferença entre a situação epidemiológica de bairros centrais e periféricos. O que nós observamos é que existe uma resistência nos bairros periféricos, por algumas particularidades que fogem ao nosso alcance, mas em relação a eliminação de depósitos da lava, todos são iguais”.
RESPONSABILIDADE – Durante a reunião, Joel Lima falou da expectativa para o próximo ano. Para ele, as autoridades e a sociedade precisam assumir o compromisso com a manutenção das ações de combate ao mosquito, o que inclui medidas como formulação das ações para os planos municipais de saúde, coleta regular do lixo doméstico, limpeza de áreas públicas e aumento no número de agentes de endemias.
 “O quantitativo de agentes ainda é insuficiente para o combate ao mosquito. É preciso que as autoridades comecem a traçar metas para a contração de profissionais para suprir essa deficiência. Além disso, a sociedade também que colaborar com as nossas ações. Essa é uma preocupação permanece. Não adianta o poder público fazer a parte dele e a população não colaborar. Esse é um trabalho contínuo que precisa ser feito por todos”, pontuou.
DIA D Sesau alerta para risco das doenças
Em todo o país, neste sábado, dia 06, haverá a intensificação das ações de combate ao mosquito transmissor. Como a campanha foi finalizada em Roraima, a Sesau fará apenas um chamamento sobre os riscos de contágio da doença.
“O dia D, que foi instituído pelo Ministério da Saúde, será justamente para chamar a atenção da sociedade para os cuidados que devem ter no combate ao mosquito. Como já estamos com 51 dias de operação e debatendo há muito tempo essa questão, eu acredito que a população está bem informada sobre os riscos de contrair uma dessas doenças. Nacionalmente haverá ações e em Roraima, com os trabalhos que já estavam sendo feitos, faremos apenas relembrar sobre os riscos de se contrair qualquer uma das doenças. Nós precisamos evitar que pessoas adoeçam de dengue, a fim de evitar que o quadro se agrave a ponto de chegar morte e no caso da Chikungunya, evitar o contágio para que a pessoa não necessite de cuidados médicos mais especializados, como reumatologia e fisioterapia. Nosso Centro de Fisioterapia já tem uma demanda grande por conta das vítimas de acidente de trânsito”, comentou. (M.L)