Cotidiano

Indígenas bloqueiam BR-174 em protesto por educação

Situação estrutural da Escola Estadual Indígena Santa Luzia motivou pais e professores a bloquearem estrada. Secretaria destacou que está buscando recursos com o Governo Federal para melhoria das unidades de ensino

Após o bloqueio de três horas e meia na BR-174, por indígenas do município de Amajari por conta da falta de estrutura escolar das escolas indígenas, uma nova chamada pra contratação de professores da Língua Wapixana e de Matemática será feita para que as atividades sejam reestabelecidas. A situação foi discutida durante uma reunião com titular da Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) e representantes das comunidades de Três Corações, Guariba, Mangueira, Urucuri e Araçá.

O encontro ocorreu na tarde desta quarta-feira, 22, depois de alunos, pais e professores realizarem durante a manhã o bloqueio no quilômetro 100 da estrada, para tentar chamar atenção sobre os problemas encontrados na Escola Estadual Indígena Santa Luzia. De acordo com os manifestantes, há um “descaso com as escolas indígenas” e lamentam pela inviabilização do início das aulas na região.

“Nessa manifestação estamos reivindicando que a Escola Santa Luzia não iniciou as aulas devido à precariedade que está o local. Se entrar na escola durante um temporal, sai com a água até as canelas. Não tem condições de estudar e as crianças não têm condições de continuarem com as aulas no dia-a-dia”, destacou o pai de um aluno, Marari Ribeiro dos Santos.

Cartazes com escritos de “queremos reforma já!”, “educação pede socorro” e “queremos respeito com nossa educação indígena” levantados pelos estudantes, a mobilização teve início nas às 8h e durou até 11h30, com a pista sendo liberada para tráfego novamente. 

Seed destaca que procura recursos para reforma em escolas indígenas

Segundo a Seed, o processo seletivo específico para professor indígena contratou 1.463 docentes para atender as unidades do estado e que a lotação dos profissionais está acontecendo mediante cumprimento dos trâmites burocráticos legais das assinaturas de contrato. 

Por meio de nota, a secretaria destacou que está buscando recursos com o Governo Federal para melhoria das unidades de ensino, já que das 260 escolas indígenas de Roraima, apenas 92 possuem prédio escolar próprio e se encontram em condições precárias pela falta de reforma nos últimos anos.

A Seed ressaltou que vem restabelecendo as principais atividades dos programas educacionais no interior, quais sejam transporte escolar e merenda escolar, e que sempre esteve de portas abertas ao diálogo da comunidade escolar indígenas. No sábado, 25, a secretária Leila Perussolo e equipe técnica da Seed participarão de reuniões nas comunidades indígenas do município de Amajari, a convite dos tuxauas da região. (A.P.L)