Indígenas da zona rural de Boa Vista avançam na agricultura familiar

Comunidades indígenas iniciaram em março a colheita de melancia da Safra 2022 em Vista Alegre, com uma produção superior a 8 toneladas da fruta. A lavoura faz parte do Projeto Hortifrútis (HF), desenvolvido por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI). 

A comunidade está se tornando um polo de referência na produção de hortifrútis.

Dezessete comunidades indígenas de Boa Vista, tem recebido apoio da Prefeitura de Boa Vista no desenvolvimento e fortalecimento da agricultura familiar. É através da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI), que são desenvolvidos projetos que fortalecem a agricultura familiar dentro das comunidades indígenas. De acordo com a Prefeitura, a política de inventivo aos pequenos produtores gera emprego, renda e garantindo melhorias na qualidade de vida dos agricultores.

Confira os principais projetos desenvolvidos nestas regiões:

*Projeto Culturas de inverno – Desenvolvido desde 2018, a prefeitura promove o plantio das culturas de inverno, com o fornecimento de grãos e insumos para melhorar a produtividade das lavouras indígenas. Parte da produção fica na comunidade, e a outra comercializam, e também atendem programas institucionais

*Projeto Hortifrútis (HF) – Através do projeto a prefeitura fornece insumos para a produção de Hortifrútis nas comunidades atendidas pela prefeitura. Dentre eles o calcário e superfosfato, para o preparo do solo; o NPK, para adubação de fundação; a ureia e o cloreto de potássio para adubação de cobertura, além de sementes de qualidade. Em 2021 foram fornecidas cerca de 1.750 toneladas de insumos para o fomento da agricultura familiar, das quais, 240 toneladas foram destinadas às comunidades indígenas.

*Projeto Piscicultura – As 17 comunidades receberão tanques, alevinos e ração para o fomento a piscicultura. Além do acompanhamento técnico da equipe da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas do município.

*Vacinação contra Febre Aftosa – Boa Vista é o único município que vacina gratuitamente o rebanho bovino de suas comunidades. Em 2021, aproximadamente 1.400 animais foram vacinados e cerca de 3.400 foram vermifugados. A vacinação em 2022 terá início no dia 20 de abril na Comunidade Truarú da Cabeceira.

*Tecnologia no campo – Mais de 50 maquinários estão à disposição dos produtores rurais. A prefeitura utiliza mecanização de qualidade para a preparação do solo nas comunidades indígenas, trazendo otimização em todas as etapas da produção. Todo o trabalho é coordenado pela equipe da SMAAI, que mapeia por onde os maquinários

*Copa Macuxi – Neste Dia do Índio (19) a prefeitura dar início a 1° Copa Macuxi de Futebol, cuja finalidade é desenvolver o intercâmbio esportivo entre as comunidades numa competição saudável, incentivando o esporte e lazer aos indígenas. A abertura será na comunidade Vista Alegre. Será disputada por 18 equipes (categorias masculina, feminina e Sub-17 Masculina), com participantes exclusivamente residentes das comunidades indígenas do município de Boa Vista.

Educação Indígena –  Atualmente são atendidas 895 crianças (1º período da Educação Infantil ao 5º Ano do Ensino Fundamental) nas 12 escolas indígenas do município.

*Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Este ano, passamos a ofertar a EJA na Escola Municipal Indígena (EMI) Martins Pereira da Silva, localizada na Comunidade Morcego. Hoje, 17 alunos tiveram a oportunidade de voltar a estudar. A abertura de outros pólos está prevista para o 2º semestre de 2022.

*Revitalizações das escolas – Desde 2020, 8 escolas indígenas foram revitalizadas e/ou ampliadas. Atualmente 1 unidade está em reforma e a Escola Municipal Indígena (EMI) Francisca Gomes da Silva, localizada na Comunidade Serra do Truarú receberá um prédio novo para melhor atender a comunidade.

*Ensino da Língua Materna –  Como forma de valorizar a identidade e cultura dos povos indígenas, as 12 escolas indígenas ofertam as línguas Macuxi e Wapichana, como parte do currículo escolar. Este ano, duas escolas passaram a ofertar as duas línguas juntas em seu currículo: a Vicente André da Silva (Truarú da Cabeceira) e a Vovó Antônia Celestina da Silva (Vista Alegre). Está em estudo a ampliação para as demais comunidades.

*Suporte pedagógico – As escolas indígenas são atendidas com a mesma qualidade das escolas urbanas e do campo, com algumas especificidades, entre elas: café da manhã aos alunos; transporte escolar feito por micro-ônibus e pick-ups (regiões de difícil acesso); cardápio adequado às necessidades nutricionais e levando em consideração a alimentação tradicional das comunidades; materiais didáticos (livros dos programas de Ensino Estruturado, Compasso e Compasso Mind, Jornal Joca para os alunos de 3º ao 5º Ano e EJA, laboratório móvel de ciências, lousa digital e mesas pedagógicas). A SMEC oferta ainda formações continuadas aos profissionais nas próprias comunidades, e são realizadas visitas periódicas de assessoramento e suporte pedagógico.

*Jogos das Escolas Indígenas – Em comemoração ao Dia do Índio (19 de abril), a secretaria promoverá no dia 28 de Abril a 1ª edição dos Jogos das Escolas Indígenas de Boa Vista. Terá a participação das 12 escolas municipais indígenas em uma ampla programação esportiva. O evento será na Escola Municipal Indígena Ko’ko Ermelinda Raposo da Silva, na Comunidade Campo Alegre. Terá disputas nas seguintes modalidades: cabo de guerra, corrida livre, futebol do lavrado, arco e flecha, e baladeira, todas tradicionais nas comunidades.

Gestão Social – As ações sociais da prefeitura chegam às comunidades indígenas através do Centro de Referência e Assistência Social (Cras) do São Francisco. Os moradores dessas regiões podem acessar todos os serviços municipais e federais, assim como os moradores da área urbana, como a inscrição no CadÚnico, Auxilio Brasil, Família que Acolhe, projetos sociais, Programa Cesta do Bem entre outros.