O ataque a tiros contra indígenas Yanomami, que deixou um morto e dois feridos na comunidade Uxiu, na Terra Indígena Yanomami, no último sábado (29), ocorreu durante um ritual fúnebre chamado “reuahu”, que é o processo de chorar os mortos. A informação foi repassada em nota divulgada na noite dessa segunda-feira (1º) pela Hutukara Associação Yanomami.
De acordo com a associação, o ritual era realizado às margens do rio Mucajaí, quando foram atacados por seis garimpeiros, que estavam em um barco. Neste momento, o agente de saúde Ilson Xirixana, de 36 anos, foi atingido com um tiro na cabeça. Ele chegou a ser transferido para o centro de referência em saúde, mas morreu horas depois. Mulheres e crianças estavam no local participando do ritual. Os indígenas perseguiram o barco dos garimpeiros, que fugiram no sentido “garimpo Rangel”, na região do Surucucu.
Durante a perseguição, outros dois indígenas foram atingidos por disparos no tórax e no abdômen. Eles tiveram hemorragia interna e estão internados na UTI do Hospital Geral de Roraima (HGR).
Ainda de acordo com o comunicado, a suspeita é que o grupo de garimpeiros tenha relação com facções criminosas. De acordo com testemunhas, no momento do ataque os garimpeiros estavam embriagados e armados com armas de calibre 380, também chamadas de 9 mm curto. Na noite de domingo (30), um dia após o ataque aos Yanomami, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) participava de uma fiscalização do Ibama, quando foi surpreendida por um ataque de garimpeiros. Houve um confronto e quatro garimpeiros morreram. Os policiais apreenderam com os garimpeiros um fuzil, três pistolas, sete espingardas, além de duas miras holográficas, munições, celulares, rádios e outros artefatos ligados a armas de fogo.