Líderes e membros de comunidades indígenas se reuniram com seis procuradores do Ministério Público Federal (MPF) para tratar sobre a mineração ilegal nas áreas demarcadas do Norte de Roraima. Eles relataram que o monitoramento para entrada de pessoas nas comunidades é insuficiente para impedir a passagem de garimpeiros e o ingresso de bebida alcoólica e drogas nos territórios.
Os indígenas também citaram a violência sexual cometida contra jovens e mulheres indígenas e os danos aos rios e serras, devido à intensa mineração. A reunião foi realizada na terça-feira (19) e foi convocada para escuta da situação atual quanto ao garimpo ilegal, apontado como responsável pelos danos ambientais e sociais para os povos originários da região.
Representantes das comunidades, principalmente da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e do Conselho Indígena de Roraima (CIR), apontaram a incapacidade do grupo de combater sozinho os problemas gerados pelo crime socioambiental.
Os relatos fazem parte de um documento entregue aos procuradores ao fim da reunião. Os casos serão analisados e poderão ser incluídos em procedimentos já em andamento para investigar denúncias similares em terras indígenas do Estado e nas quais o MPF atua judicial e extrajudicialmente.
Neste mês, a pedido do órgão, a Justiça Federal determinou que a venda de minerais apreendidos, com origem de garimpo ilegal, seja revertida para o plano de combate à atividade em Roraima.
Para o procurador Matheus de Andrade Bueno, é importante a presença dos demais ofícios para tratar do garimpo ilegal no Estado. “A mineração ilegal nas terras indígenas é um problema transversal, por isso é importante a participação de toda a procuradoria de Roraima nessa reunião, principalmente pelos atuais eventos ocorridos nas comunidades”, afirmou.