Cotidiano

Indígenas venezuelanos são deportados

Fugindo da pobreza no país vizinho, famílias indígenas pediam esmolas nos principais semáforos da Capital e em alguns comércios

Uma operação conjunta da Guarda Civil Municipal (GCM) e a Polícia Federal (PF), realizada na manhã de ontem, retirou das ruas 68 índios venezuelanos, entre adultos e crianças, que viviam em situação de vulnerabilidade social e de forma irregular na Capital. Eles foram encaminhados à sede da PF e, de lá, deportados ao país vizinho.

Esta foi a terceira operação articulada entre os órgãos com o objetivo de fiscalizar e diminuir a presença de venezuelanos sem visto de permanência em Boa Vista. Os indígenas se concentravam em semáforos para pedir dinheiro a motoristas e dormiam em feiras e locais públicos da Capital.

A denúncia foi feita pela própria Guarda Civil à Polícia Federal. Todos os índios recolhidos foram encaminhados para o município venezuelano de Santa Elena de Uairén, que faz fronteira com Pacaraima, ao Norte do Estado, onde foram entregues às autoridades competentes.

Segundo o secretário municipal de Segurança Urbana e Trânsito, Raimundo Barros, os guardas municipais constataram que os estrangeiros vivem em situação de extrema pobreza. “São pessoas em grande vulnerabilidade social que praticam mendicância. Nós fizemos o recolhimento desses índios até a Polícia Federal e demos apoio, por se tratar de muita gente”, disse.

Conforme ele, os venezuelanos não podem entrar de forma irregular no Estado, nem permanecerem em locais públicos. “Eles passam o dia na rua e à noite dormem no Terminal do Caimbé ou na Feira do Passarão. Os guardas vêem a irregularidade e notificam à Polícia Federal para que sejam recolhidos”, explicou.

A preocupação, de acordo com o secretário, é em relação às crianças que são levadas pelos pais que pedem dinheiro nos sinais. “O papel da Prefeitura é denunciar.

Tomamos as providências com relação à vulnerabilidade dessas pessoas, por que estão vivendo assim, dessa forma”, frisou.

POLÍCIA FEDERAL- A Folha tentou entrar em contato com a Superintendência da Polícia Federal em Roraima, para saber se haverá um controle mais rígido na entrada e permanência de índios venezuelanos na Capital. Até o fechamento desta matéria, às 17h45 de ontem, não obteve retorno. (L.G.C)