Militares da Operação Acolhida desocuparam o abrigo Janokoida, que comportava 152 indígenas venezuelanos da etnia Warao em Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela. A desocupação foi realizada na tarde desta sexta-feira (8) após a Defesa Civil do Município interditar o local devido ao risco de desmoronamento.
A notificação com ordem de cumprimento imediato foi baseada em parecer técnico de engenharia da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf), o qual concluiu que o desabamento poderia ocorrer porque o imóvel fica em uma área irregular e com alterações no solo, composta por encostas com inclinação, “predominantemente argiloso”, suscetível a erosão e deslizamentos, especialmente no período chuvoso.
Ao exigir a desocupação, cujo processo pode ser feito em até 72 horas, a Defesa Civil considerou o risco à vida dos ocupantes do abrigo e “a necessidade urgente de medidas de segurança para preservar a vida de todos”.
Uma fonte da Folha denunciou que, durante a desocupação, militares do Exército estariam deixando, em terrenos baldios ou nas ruas de Pacaraima, alguns dos indígenas mais resistentes à saída do local.
Procurada, a Operação Acolhida não comentou a informação, mas disse que os migrantes foram transferidos para o Abrigo 13 de Setembro, em Boa Vista, e que nenhum deles ficou desassistido. A força-tarefa disse que a ideia é assegurar a integridade das famílias e oferecer a elas condições dignas de acolhimento.
A operação também ressaltou que, “para garantir que a transferência ocorresse de forma segura e organizada”, contou com o apoio da AVSI (Associação Voluntários para o Serviço Internacional), e reforçou o “compromisso contínuo” em proteger e apoiar migrantes e refugiados em situação de vulnerabilidade.
“A Força-Tarefa Logística Humanitária – Operação Acolhida agradece ao Ministério Público Federal, ao Governo do Estado de Roraima, por meio da Defesa Civil, Secretaria Municipal de Educação de Pacaraima e Secretaria de Infraestrutura de Pacaraima, à Prefeitura de Pacaraima, à Advocacia-Geral da União, e às agências internacionais OIM, UNICEF e ACNUR, além da Defensoria Pública da União, pelo apoio essencial na realização dessa missão humanitária”, disse, em nota.