Cotidiano

Indústria roraimense produz a melhor água mineral de toda a região Norte

Após cavar um poço artesiano no quintal de sua chácara, na zona rural de Boa Vista, empresário descobriu que tinha uma mina

A indústria de bebidas Água Boa, na zona rural de Boa Vista, produz a melhor água mineral do Norte e uma das mais saudáveis do Brasil. A água é especial porque contém PH 7.8 de alcalina, o mesmo elemento encontrado no sangue humano que combate o câncer. Ela também é rica em lítio, elemento que previne a depressão, e ainda vem com flúor, o que a deixa, além de mineral, medicinal.

Dono da indústria de bebidas Água Boa, o empresário Robério Araújo, de 62 anos, descobriu em 2000 a mina que havia no subsolo de sua chácara, a 43 quilômetros da cidade pela BR-174, zona rural, após mandar cavar um poço artesiano. Quando a água jorrou, segundo ele, o escavador disse que nunca tinha visto uma água tão cristalina como aquela. O empresário então ficou curioso, recolheu uma amostra e a enviou a pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR).

“Aí veio o resultado. Era de alta qualidade, uma das melhores fontes da região Norte e do Brasil. Então, mandei outra amostra para ser analisada fora do Estado e confirmei os resultados anteriores. A água no quintal de casa é rica em minerais e por isso se torna até medicinal”, observou.

O empresário fez empréstimo bancário e, em 2012, abriu a fábrica. A água cristalina nasce de uma fonte profunda que jorra de pedras, talvez por isso ela seja tão especial, saudável e pura. “Nenhuma outra água aqui do Estado ou da região Norte tem as mesmas propriedades da nossa. A Água Boa tem a melhor qualidade mineral da região amazônica. Seus componentes combatem câncer e previnem a depressão, sem falar no flúor que combate a cárie”, frisou.

A composição da água produzida pela indústria de bebidas Água Boa ganha qualidade porque fica em uma área rural, o que a isenta de qualquer tipo de contaminação. A qualidade também se eleva porque o mineral é extraído de rochas que ficam no lençol freático cristalino mais profundo da região, peculiaridade que nenhuma outra tem, conforme Robério Araújo, por isso a água pode ser até indicada por médicos.

“Só para se ter ideia, há cinco anos o Japão tinha um alto índice de suicídio entre o público jovem, mas o governo de lá começou a utilizar o lítio na água pública e os números de suicídio caíram 30% em pouco tempo. E nossa água é rica em lítio, além da alcalina, que previne o câncer, e do flúor”, ressaltou.

Apesar de pouco tempo funcionando, a indústria de bebidas Água Boa já abocanha uma boa parte do mercado local. A empresa também começou a disputar o concorrido mercado amazonense. Convicto, o empresário garante que é só uma questão de tempo para dominar o mercado local e o regional.

“Estamos apostando agora na divulgação de nosso produto, da alta qualidade que tem das propriedades saudáveis que as concorrentes não têm. Nossa água, além de mineral, é medicinal. E esta qualidade é nossa marca, nossa diferença”, destacou.

Como a fonte mineral do empresário roraimense é inesgotável, a tendência é continuar crescendo, mas, para isso, o consumidor tem que ter as devidas informações a respeito do produto. “É só uma questão de tempo dominarmos o mercado”, enfatizou. (AJ)

Indústria emprega 20 pessoas e produz 100 mil litros por dia

A indústria de bebida Água Boa tem hoje 20 funcionários. Antes, quando também distribuía o produto, a empresa chegou a ter 100. Mas, atualmente, segundo o empresário Robério Araújo, os clientes da Água Boa vão direto à fábrica comprar.

O setor público federal, estadual e municipal é o maior cliente da Água Boa. A empresa ganhou até licitações nacionais pelo Compra Net porque ofereceu os menores preços e um produto de maior qualidade que as concorrentes. “Forneço meu produto para 90% dos órgãos federais em Roraima. No Estado e municípios, domino 100% o abastecimento. Nas licitações, apresentei o preço mais em conta e um produto de alta qualidade, a melhor água da Amazônia”, reforçou o empresário roraimense.

A produção diária da indústria de bebida Água Boa é de mais de 100 mil litros por dia. O produto é vendido em garrafões de 20 litros retornáveis e em garrafas de 5 litros e de 1,5 litros. O produto também vem em garrafinhas de 500 ml e 330 ml, e ainda em copinhos de 200 ml.

A área de produção da água mineral é toda isolada, cercada e monitorada. A segurança é total para evitar qualquer tipo de risco de contaminação. Todo o processo de produção, da extração do minério até o engarrafamento é acompanhado por profissionais capacitados.

O padrão de higiene adotado pela indústria é o exigido pela Vigilância Sanitária e outros órgãos de fiscalização. O empresário adiantou que o produto já começou a ganhar uma nova embalagem, mais atrativa para a clientela. “É só uma questão de tempo para dominar o mercado”, repetiu Robério Araújo, ao final da entrevista.

Indústria da água movimenta R$ 10 bilhões por ano no Brasil

O mercado cresce 20% ao ano e tem lançado novidades para conquistar um consumidor cada vez mais preocupado com a saúde. Apesar de poder ser consumida de graça, a água é um produto que movimenta mais de R$ 10 bilhões ao ano no Brasil. Os números da chamada indústria da água são impressionantes.

Ao possuir a maior reserva de água doce potável do planeta, o Brasil se encontra em um importante posicionamento geoestratégico mundial no mercado de água mineral. Mas, no que diz respeito à produção e consumo de água engarrafada, o país ainda está longe de liderar. Segundo a Associação Internacional de Águas Engarrafadas, o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial de produtores.

Os brasileiros consomem mais água engarrafada que países como Itália, Alemanha, França e Espanha, mas fica atrás dos Estados Unidos, México e da China, cuja demanda aumenta 17,5% a cada ano. A taxa média de crescimento mundial é de 7,6% ao ano. Em 2007, por exemplo, foram consumidos 206 bilhões de litros de água vendida em garrafa.

O consumo per capita no Brasil ainda é considerado baixo (65 litros por ano), se comparado aos argentinos, que é o dobro. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral (Abinam). No entanto, o mercado de água mineral no Brasil é atraente. A produção tem se tornado cada vez mais pulverizada, com inúmeras pequenas e médias empresas atuando no setor. (AJ)