Cotidiano

Inspeção confirma sucateamento do Mafir

Além de máquinas sem manutenção e com problemas, não há câmaras frigoríficas suficientes para atender à demanda

JOÃO PAULO Colaborador da Folha
Uma comitiva do Governo do Estado realizou, na manhã desta terça-feira, uma visita técnica ao Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafir), no trecho sul da BR-174, aberta à imprensa. O presidente recém-empossado da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), Rafael Alves, que administra o setor, apontou inúmeros problemas técnicos que o Mafir apresenta.
Na visita, foi observada a insuficiência das máquinas compressoras. De seis, apenas duas funcionam e ainda com uso de peças das que estão paradas. Isto significa que não há câmaras frigoríficas com refrigeração suficiente para armazenar a quantidade de carne que o Mafir poderia produzir diariamente.
O matadouro está subutilizado e vem operando com 50% da capacidade total, conforme relatou Antônio Dias, auxiliar de produção. “Uns 600 abates poderiam ser feitos, mas a gente faz diariamente entre 250 a 300, quando há espaço”, disse o funcionário, referindo-se à espera que o produtor pecuário precisa enfrentar para escoar seu produto final ao comércio regional.
Os sinais de sucateamento são visíveis. Há muitos equipamentos que necessitam de reposição ou manutenção, como é o caso dos digestores, máquinas que processam restos bovinos para produção de rações animais. Há apenas duas funcionando de um total de quatro na fábrica, pois não houve revisão na gestão de governo anterior, como mencionou o presidente da Codesaima.
A higienização está precária e é perceptível o odor forte que as caldeiras exalam, assim como os tambores que guardam gordura animal, subproduto do frigorífico, vendido para a fabricação local de sabão. Ainda segundo Alves, a Vigilância Sanitária desconhecia a situação do matadouro estadual.
“Queremos revitalizar o Mafir, pois é a única fonte de processamento de carne do Estado. Com isso, criaremos condições para gerar mais empregos diretos e indiretos, além de agregar valor à economia local”, frisou o presidente da companhia.
O frigorífico possui 213 funcionários e também dá trabalho indireto a pessoas que manejam logística e vendas. “A situação é crítica, mas queremos discutir propostas para melhorar a condição estrutural do frigorífico e modernizá-lo”, frisou Alves. O projeto para reestruturação do matadouro estaria estimado em aproximadamente R$ 6 milhões. (J.P)