Cotidiano

Investigação não tem prazo para encerrar

Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes VII não informada nada sobre o caso alegando que o caso é sigiloso

Passado mais de um mês do caso da aeronave Cessna U206G – PPFFR, que fez um pouso de emergência a cerca de 200 quilômetros de Boa Vista, até o momento nada foi divulgado a respeito das causas do acidente. O avião retornava de Santa Maria do Boiaçu, na região do Baixo Rio Branco, no Município de Rorainópolis, Sul do Estado, no dia 26 de outubro deste ano, com três passageiros e mais o piloto. Os ocupantes foram localizados cinco dias depois e trazidos para hospitais de Boa Vista. 
Logo depois de encontrada a aeronave, a Força Aérea Brasileira, por meio do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes VII (Seripa), abriu procedimento para apurar as causas e circunstâncias do acidente. A Folha entrou em contato o Centro de Comunicação da Força Aérea Brasileira (FAB), sediada em Brasília.
Por telefone, o tenente Willian informou que não tem prazo de encerrar o procedimento e que o trabalho é sigiloso. “A assessoria de  comunicação não tem dados para fornecer, já que isso pode atrapalhar as investigações e o sigilo é regulamentado por lei  internacional”, afirmou. “O resultado do laudo conclusivo só será divulgado com o relatório final da apuração”.
A Folha conversou com o secretário-chefe da Casa Militar do Governo do Estado, coronel Amaro Lima Silva Júnior. Ele informou que está aguardando o laudo do Seripa para poder tomar providências. Segundo ele, desde o primeiro momento em que a aeronave foi localizada, o Seripa deslocou equipe para o local e destacou técnicos para retirada do motor do avião, que foi levado para análise em Manaus (AM), e ainda aguarda posicionamento dos laudos.
“Acidentes envolvendo aeronaves ficam a cargo da Seripa, que é o órgão da Aeronáutica responsável pela avaliação de acidentes aéreos. Cabe à Casa Militar e ao Governo do Estado prestar apoio ao Seripa e entregar os documentos de manutenção da aeronave e aguardar as conclusões do laudo”, frisou.
Amaro Júnior afirmou ainda que o piloto está passando por avaliação física, técnica e psicológica no Seripa. “A partir do momento em que a aeronave decola, a responsabilidade de todo deslocamento é do piloto. As avaliações serão anexadas ao processo para se chegar a uma conclusão”, afirmou. “Mas, até o presente momento, não temos nenhuma posição da Aeronáutica, até porque o processo é demorado e vai depender das causas e apontar se a falha foi mecânica, instrumental ou humana”, frisou.
O coronel informou que, enquanto são feitas as avaliações, a aeronave continua no mesmo local onde foi localizada, sem poder ser removida para o hangar, onde teria proteção da ação do tempo. “A aeronave não pode ser retirada do local. A própria Aeronáutica foi quem tirou o motor e não permite que ninguém mexa na aeronave até que se conclua o laudo pericial que aponte as causas do acidente”, afirmou. (R.R)  
Casa Militar divulga portaria com prazo de 20 dias para conclusão de relatório
O secretário-chefe da Casa Militar do Governo do Estado, coronel Amaro Lima Silva Júnior, assinou portaria designando o secretário-chefe adjunto da Casa Militar, Gleisson Vitória da Silva, para apurar as causas e circunstâncias que envolveram o incidente com a Aeronave Cessna, U206G – PP FFR, quando do deslocamento de Santa Maria do Boiaçu para Boa Vista, no dia 26 de outubro.
A portaria estabelece o prazo de vinte dias para a conclusão da apuração, com data a contar a parir da publicação no Diário Oficial do Estado, datada de 1º de dezembro. O coronel Amaro Júnior informou que tomou a medida considerando que o acidente envolveu uma aeronave pertencente ao patrimônio do Estado e que, tanto a aeronave como o piloto, estão sob administração da Casa Militar.
“Em havendo qualquer incidente, temos que ter documentos que amparem e que justifiquem os fatos”, disse. “Por essa razão, até para termos respostas mais rápidas e precisas, designamos um coronel para que se faça uma sindicância para sabermos o que pode ter acontecido. Isso não quer dizer que chegaremos a um laudo conclusivo. Isso será feito pela Aeronáutica, mas teremos algumas respostas mais rápidas”, disse.
“A sindicância pretende ouvir o piloto, os passageiros e o comandante do hangar, além de obter as informações para que se constem em um relatório, até porque estamos em transição de governo e devemos estarmos cientes da situação e termos o resguardo documental”, complementou. (R.R)