As investigações dos fatores que contribuíram para o acidente com o avião Cessna prefixo PP-FFR modelo U206G, do Governo do Estado, começaram no sábado, dia 1º, e não têm prazo para serem concluídas. A aeronave fazia o transporte de duas pacientes de Santa Maria do Boiaçu para Boa Vista no domingo retrasado e ficou por cinco dias desaparecida. Os ocupantes foram encontrados na sexta-feira passada.
De acordo com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, o Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes VII (Seripa), sediado em Manaus (AM), investigará o que ocasionou o acidente. “Dois oficiais foram deslocados para fazer a investigação. Como o local onde a aeronave foi encontrada é de difícil acesso, só é possível chegar lá de helicóptero”, afirmou.
Ainda é muito cedo para afirmar a causa do acidente, segundo a Força Aérea Brasileira. Porém, em entrevista à Folha, o piloto do Cessna Raimundo Nonato da Costa Lima relatou que o motor da aeronave apresentou problemas e parou no trajeto entre a Vila Santa Maria do Boiaçu e Boa Vista. “Fui obrigado a fazer um pouso de emergência. Graças a Deus que deu tempo de chegar em terra firme antes que uma tragédia pior acontecesse”, disse ao relatar que a vegetação de lavrado facilitou o pouso do avião. O mau tempo também teria influenciado.
“O relatório não tem prazo para ser concluído porque depende de cada item que aparecerá durante a investigação”, afirmou o Centro de Comunicação da Aeronáutica.
CASO – No domingo, 26 de outubro, o médico responsável pela Unidade de Saúde Rosa Vieira, localizada na Vila Santa Maria do Boiaçu, no Município de Rorainópolis, solicitou ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a remoção da paciente Marinês Vieira Barrosa, 40 anos, que teve problemas após o parto, ocorrido na noite anterior.
Como a região é de difícil acesso, uma aeronave da Casa Militar foi solicitada e deixou Boa Vista em direção ao Sul do Estado às 9h15 de domingo com o piloto Nonato Lima e o socorrista Anderson Teixeira. Após os primeiros atendimentos, o avião levantou voo para a Capital às 10h15. Além do piloto, do socorrista e da paciente Marinês, estavam a bordo a criança recém-nascida e a acompanhante Françoisa Rodrigues da Silva, 21 anos, no nono mês de gestação.
Foto: Divulgação
Bilhete encontrado no local foi decisivo para encontrar os desaparecidos
O avião deveria ter chegado a Boa Vista por volta das 14h. Porém, somente na noite do domingo foi registrado o desaparecimento do Cessna. Na segunda-feira, 27, a Casa Militar solicitou da Força Aérea Brasileira (FAB) equipes para realizar as buscas pelo Cessna. Na quarta-feira, militares do Corpo de Bombeiros e da 1ª Brigada de Infantaria de Selva integraram as buscas, realizando buscas no Baixo Rio Branco.
A aeronave foi encontrada na tarde de quinta-feira, dia 30, em uma área de lavrado a 200 km de Boa Vista. Um bilhete escrito pelo piloto indicava o local para onde teriam ido e avisando que todos estavam bem.
Os passageiros que ocupavam o avião Cessna prefixo PP-FFR foram encontrados na manhã de sexta-feira, 31, após cinco dias de buscas. O resgate ocorreu por volta das 10h30, quando as equipes de busca da FAB localizaram os passageiros a uma distância de 3,5 quilômetros de onde a aeronave foi encontrada. Um boné vermelho e uma bandeira improvisada ajudaram na localização dos sobreviventes.
O piloto e o socorrista foram encaminhados para o Hospital Geral de Roraima (HGR) e tiveram alta ainda na sexta-feira. A grávida Françoisa Rodrigues da Silva passa bem e teve alta na manhã de ontem do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN). Marinês Vieira Barrosa ainda se encontra internada em observação sendo medicada, com o quadro de saúde considerado estável. O bebê dela também tem quadro estável e passa bem.
Cotidiano
Investigações não têm prazo para conclusão
Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes VII, sediado em Manaus, enviou dois oficiais para o local onde o avião foi encontrado