Cotidiano

Ipem vai fiscalizar veículos rebaixados

O Instituto de Pesos e Medidas de Roraima (Ipem-RR) vai fiscalizar veículos com características modificadas a partir de março após solicitação do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que firmou um termo de cooperação técnica entre os órgãos, sendo o Ipem delegado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) no Estado.

Em nota enviada à Folha, o Ipem informou ainda que inicialmente serão periciados os veículos que tiveram danos provenientes de acidentes ou incidentes, em rodovias federais ou estaduais. Os proprietários de veículos modificados que têm interesse em informações ou agendamentos da perícia, podem procurar a Divisão de Fiscalização do Ipem, na Avenida Surumu, número 1719, no bairro São Vicente.

A notícia é um avanço para a regulamentação dos carros rebaixados em Roraima, que atualmente está sem uma empresa que emita o Certificado de Segurança Veicular (CSV) e impede que muitos motoristas deixem de transitar nos veículos porque sofrem penalidades por parte do Detran. Um deles é o empresário Kaleu Dias, que já teve um custo de R$ 8 mil para rebaixar o carro, porém, quase não utiliza por causa das diversas multas que já recebeu.

Para ele, que também utiliza o carro como meio de trabalho em um canal de vídeos na Internet, há uma cobrança de forma injusta ao afirmarem que é ilegal rebaixar o automóvel. Em outros Estados brasileiros, fazer a mudança é permitida e pode circular nas ruas da cidade mediante o pagamento do certificado e taxas cobradas.

Dias relembra que houve um período em que os veículos rebaixados não eram considerados ilegais em Roraima, mas que há três anos a regra mudou e não houve nenhuma justificativa ou empresa que pudesse emitir a legalização.

“Se eu for ao Detran e solicitar uma mudança de característica porque quero legalizar meu carro, eu tenho só 60 dias para rodar a cidade com o documento. Isso não é um crime”, disse.

Estar dentro da legalidade é um pedido frequente pelos adeptos aos carros com a altura mais baixa, evitando o constrangimento de precisarem retirar veículo apreendido e ter um documento que permita o trânsito. De acordo com o empresário, há centenas de pessoas que rebaixam o carro, mas temem pela penalidade e acabam deixando o veículo em casa. Eles não questionam a fiscalização do Departamento de Trânsito, mas que seja feita de forma justa.

“Tem várias pessoas que compraram moto para saírem nas ruas por conta disso. Procurei o Detran e eles falaram que iam verificar a respeito, mas que não tinha uma data certa.  Queremos uma empresa que legalize. É um veículo que anda em velocidade média à baixa, nunca alta. Se eu estiver indo para o shopping e a polícia vir, eles já mandam eu encostar”, lamentou o empresário.

A equipe de reportagem entrou em contato com o Detran para saber como são feitas a fiscalização e aplicação de multas pelo órgão já que não há empresa credenciada. Contudo, a assessoria de comunicação informou que o presidente do departamento só iria se manifestar após o carnaval. (A.P.L)