O Instituto de Previdência do Estado de Roraima (Iper) já recuperou cerca de R$ 80 milhões em valores nominais de aplicações em fundos privados feitos durante a gestão estadual do ex-governador Anchieta Junior no ano de 2012. Ainda faltam recuperar cerca de R$ 100 milhões do dinheiro que é destinado ao pagamento da aposentadoria dos servidores públicos estaduais. Segundo o atual presidente do Iper, o prejuízo milionário foi em decorrência da má gestão dos recursos, que resultou na perda relativa à transferência do dinheiro que estava em fundos públicos para ser investido em fundos privados que tinham elevado grau de risco.
Conforme explicado pelo Presidente Interino do Iper, José Haroldo Campos, alguns investimentos vêm apresentando problemas graves como os que foram feitos em ativos imobiliários que estão gerando prejuízos e, por conta disso, o Instituto poderá ser acionado judicialmente para dar aporte financeiro, o que pode aumentar o rombo. Ao total ainda existem três fundos ativos com investimentos do Iper.
“Investiu errado 180 e estamos com prejuízo de 100, mas podem ocorrer mais prejuízos, mas estamos trabalhando para recuperar o máximo possível. Dificilmente conseguiremos um somatório maior que os R$ 80 milhões que foram recuperados e estimamos que pelo menos até 15 milhões ainda voltem aos cofres públicos. Estamos focados em livrar o instituto desses investimentos e esses três são os piores”, disse.
Campos também explicou que o maior objetivo é livrar o Iper de qualquer fundo de investimento e ressaltou que a tarefa não é um trabalho simples.
“Quando é dado o passo de entrada em um fundo de investimento, só saímos quando todos os ativos que estão dentro são vendidos, o que chamamos de ‘limpar a carteira’. Somente após essa operação é que o fundo se encerra automaticamente. Não basta chegarmos até a gestão comunicando que queremos sair. Só conseguimos no vencimento do prazo ou aguardar a venda. O que estamos fazendo é minimizar o prejuízo, mas o grande dano, na ordem de R$ 100 milhões, fica de prejuízo”.
Para minimizar as perdas, Campos falou sobre o trabalho feito com os ativos que chegam R$ 3 bilhões e visam recuperar os prejuízos causados pelos investimentos falidos. “Nós estamos trabalhando para melhorar a arrecadação com o intuito de minimizar essas perdas. Nos últimos anos não houve bons resultados, mas em 2019, somente nos primeiros meses, arrecadamos muito mais do que foi arrecadado nos últimos dois anos. É um compromisso dessa gestão estadual com os 17 mil servidores que contribuem para o Instituto de Previdência de Roraima. Hoje, o Instituto não pode investir em fundos arriscados como esse, a segurança é muito maior e estamos protegidos contra movimentos errados e irresponsáveis, como esses que foram feitos em 2012”.