Após o vazamento do termo de delação premiada de Cléber Borralho de Brito, a membros Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), deputado Jalser Renier(SD) disse, em entrevista à Folha, desconhecer delator de ação do Ministério Público e afirmou que lamenta a atitude daquele órgão. “Esse processo tramita em segredo de Justiça, mas o Ministério Público deixou vazar as informações para uma reportagem nacional e a quem estivesse interessado em saber. Tomei conhecimento de que Cléber Borralho afirmou na delação que ele não me conhece, que não passou absolutamente nada pra mim, o que fica claro e nítido que ele sofreu pressão, na época, na intenção de chegar ao meu nome”, afirmou.
Segundo Jalser, após seu nome ter sido citado, o promotor não poderia mais dar andamento ao processo. “Como meu nome foi citado, o promotor deveria suspender o processo em razão do foro privilegiado que a Constituição Federal faculta aos deputados estaduais, federais e senadores, o que não ocorreu. “O problema não é a instituição Ministério Público, mas a postura de alguns integrantes, que fazem questão de tratar uma investigação tão séria como essa, como se isso fosse o reality show, inclusive antecipando ações que ainda estariam fazendo, principalmente com a intenção de pedir meu afastamento da presidência da ALE”, complementou.
Segundo o deputado, ao tomar conhecimento da operação demitiu e afastou todos os servidores da Comissão Permanente de Licitação (CPL), abriu um Procedimento Administrativo (PAD) contra as pessoas que estavam envolvidas no processo e cancelou todos os contratos das empresas que prestavam serviço para a Assembleia.
“Quando aconteceu esse caso deixei claro para a sociedade o que estava sendo investigado. Naquela ocasião, o MPE afirmou que o deputado Jalser não estava sendo investigado, mas mentiu, porque hoje sei que já havia investigação contra minha pessoa de maneira errada. Não tenho mais como ficar calado, tenho que apresentar o contraponto. Até agora quis respeitar o devido processo legal, inclusive o segredo de justiça. Mas chegou o momento de colocar a sociedade à luz da verdade. Não vou mais me calar. E a verdade é que o MPE não está falando a verdade sobre mim. Parece uma questão pessoal, e não sei por qual motivo”, afirmou.
Segundo ainda o deputado, apesar de uma parte da imprensa ter afirmado que a empresa Construtech Construtora Empreendimento Ltda., que teria como sócio o delator Cléber Borralho, ser de fachada, a empresa teria sido contratada pelo Ministério Público para reformas na sede da instituição em pelo menos um município do interior.