É pelas mãos de pessoas como o jornaleiro Leir Torres Alves, conhecido como “Sorriso”, que uma parte considerável dos moradores de Boa Vista fica sabendo do que acontece na Capital, no Estado e no País. Nesta sexta-feira, 21 de outubro, o jornal de Folha de Boa Vista completa 33 anos e homenageia aqueles que ajudam a levar a informação diária aos leitores.
Quem inicia no ofício de jornaleiro também passa a fazer parte da história do jornal. No caso de “Sorriso”, são 30 anos vendendo exemplares da Folha nos mais diversos pontos da cidade. “Ainda era jovem quando meus vizinhos me chamaram para vender o jornal. Todo mundo na minha rua vendia a Folha”, disse.
Naquela época, segundo ele, o jornal era impresso em máquinas de xerocar e os jornais, vendidos em pontos do Centro. “Primeiro comecei a vender nas ruas. Nesse tempo, meus colegas e eu íamos direto onde imprimia o jornal e começamos a vender no terminal de ônibus”, lembrou.
Mas foi justamente em uma esquina localizada entre as avenidas Santos Dumont e Capitão Júlio Bezerra, no bairro São Francisco, zona Norte, em frente à sede da Folha, que ele fixou ponto e vende jornal até hoje. “Em frente à Folha comecei a vender em 1998. Lembro que dia de segunda-feira não tinha jornal. Apenas um bom tempo depois que foi ter nesse dia. Comecei vendendo 10 por dia, depois fui aumentando as vendas”, afirmou.
A rotina do jornaleiro é a mesma todos os dias da semana, exceto aos domingos: acorda cedo para pegar os jornais com outro colega, às 04h da manhã, no bairro Buritis, zona Oeste, e já aproveita para vender alguns exemplares no caminho com sua moto. Fica no ponto até as 09h30 e depois trabalha com outras coisas, fazendo “bicos” como ajudante de pedreiro e limpador de central de ar.
“Para mim não tem tempo ruim. Faça chuva ou faça sol, vendo jornais todos os dias. Temos que nos adaptar. Com o tempo, vamos pegando experiência. Antes, por exemplo, quando chovia, botava o jornal dentro de um saco transparente, e eu percebi que era melhor pegar o jornal e ir com o guarda-chuva oferecer e deixar o resto dentro do saco. Comecei a vender mais assim”, destacou.
Em média, o jornaleiro afirmou que vende cerca de 100 jornais por dia. “Tem dias que consigo vender mais, dependendo da manchete. Algumas são marcantes, como escândalos de política e o caos na segurança pública. São assuntos que os leitores se interessam mais e acabam comprando. Quando a manchete interessa, vende rápido”, ressaltou.
Para o jornaleiro, a Folha se tornou a sua segunda casa. “Para mim, a Folha é tudo, porque foi a empresa que me deu oportunidade desde pequeno, e se não fosse essa oportunidade, não saberia o que fazer. Vários colegas meus vendiam e pararam, e hoje estão no mundo do crime, mas eu preferi continuar vendendo jornal e trabalhando de forma digna”, frisou. (L.G.C)