No feriado de terça-feira, 15, uma jovem se acidentou ao realizar uma atividade de pêndulo na ponte dos Macuxi. Segundo o Corpo de Bombeiros, a corda se rompeu durante o salto e a mulher caiu no Rio Branco, mas ela não sofreu ferimentos graves. Ela não quis comentar sobre o assunto com a Folha. O caso levantou o debate sobre segurança e a regularização da fiscalização do esporte no Estado.
De acordo com o major do Corpo de Bombeiros, Mário Turco, o responsável por realizar a atividade não tem autorização para a prática do esporte e os materiais utilizados não eram adequados. “Assim que cheguei ao local, as equipes do resgate e do salvamento já estavam atendendo a vítima. Como sou especialista em atividades em altura, verifiquei o material que estava sendo utilizado e constatei que a corda, além de está desgastada, não era própria para o pêndulo.”
Antes do acidente, 14 pessoas já tinham saltado. “O excesso de indivíduos utilizando o mesmo equipamento pode ter causado tensão na corda, e esse pode ser um dos motivos do rompimento. Além disso, o atrito da corda com a estrutura de cimento da ponte pode ter colaborado para a ruptura, mas não podemos afirmar nada”, disse o tenente Macksuel Lopes, ao frisar que o material foi enviado para a Polícia Civil a fim de que seja feita a perícia.
Conforme a lei, é considerado turismo de aventura as modalidades esportivas de recreação que ofereçam riscos controlados à integridade física de seus praticantes e exijam o uso de técnicas e equipamentos especiais. Além disso, o Corpo de Bombeiros afirmou que não havia nenhum equipamento de resgate para ser utilizado no local em caso de acidentes, como prevê a lei.
O Corpo de Bombeiros informou que não existe, em Roraima, nenhuma empresa ou profissional legalizado junto à corporação para a oferta desse tipo de atividade para a população. Dependendo do local onde a atividade será realizada, também são necessárias autorizações dos órgãos de trânsito e outros.
Em relação à fiscalização, o Corpo de Bombeiros informou que é necessário que os responsáveis se regularizem para que eles possam atuar. “A legislação estadual é clara: os responsáveis pelas atividades devem nos procurar para fazer o credenciamento dos profissionais, assim como para a verificação dos equipamentos”, disse o tenente-coronel Doriedson Ribeiro.
Segundo a lei estadual, algumas das punições previstas para quem não estiver regularizado são: multas; suspensão temporária da atividade; interdição total ou parcial do estabelecimento ou da atividade; e a cassação da licença do estabelecimento ou da atividade. “Dependendo do caso, podem ser aplicadas punições nas esferas penal e civil”, ressaltou Ribeiro.
OUTRO LADO – Um dos coordenadores da atividade de pêndulo, que ocorreu na terça-feira, 1, na Ponte dos Macuxi, Cláudio Barros disse que o grupo está aguardando o resultado da perícia realizada pela Polícia Civil para se posicionar. “Realmente, a corda partiu quando ela saltou, mas ainda não sabemos o real motivo. São vários fatores que podem ter ocasionado a ruptura da corda, como o modo que o equipamento é guardado e lavado. Então iremos aguardar”, afirmou.
Segundo ele, a equipe está disposta a cumprir as medidas legais. “Acidentes assim podem acontecer em qualquer esporte, é uma fatalidade. É tanto que em nenhum momento viramos as costas para os nossos clientes, prestamos auxílio, socorro e estamos fazendo o acompanhamento do caso para que sejam tomadas as devidas providências”, frisou Barros. (B.B)