Cotidiano

Jovens usam e vendem droga em praça pública nos bairros e Centro

As praças de Boa Vista estão sendo ocupadas por traficantes, viciados e integrantes de galeras. O que era para ser um lugar de entretenimento virou reduto de marginais. O problema é mais corriqueiro nos bairros mais afastados do Centro, onde os moradores afirmam que a Polícia Militar dificilmente passa, mas engana-se quem pensa que o tráfico ocorre apenas nas praças dos bairros periféricos.
A Folha continua recebendo inúmeras denúncias de moradores vizinhos de praças públicas. A mais corriqueira é o tráfico de drogas, crime hediondo, justamente no espaço que deveria ser utilizado pela família boa-vistense. E o que é pior: para escapar da lei, o traficante recruta menores de idade para atuarem como “aviões” (vendedores de droga).
A pracinha que fica na frente do Terminal de Integração, no Centro, por exemplo, vive repleta de meninos e meninas a serviço dos traficantes. No bairro Caçari, zona Leste, considerada área nobre, outro exemplo do descaso das autoridades. Moradores denunciam a venda de droga, a qualquer hora do dia, na praça ao lado do igarapé Mirandinha, onde fica a Escola de Música municipal. No local, os traficantes abastecem os jovens de classe média e alta.
Do outro lado da cidade, na zona Oeste, a praça do Conjunto Cidadão também vira boca de fumo quando anoitece. O local é escuro e tomado pelo mato. Lá é comum ver latas utilizadas no consumo da droga e menores traficantes.
Os mesmos problemas acontecem na praça do conjunto do bairro Mecejana, área central. No local já houve até morte devido ao acerto de contas entre traficantes. Na rua Hercílio Cidade, no bairro Caimbé, zona Oeste, moradores também denunciam que a pracinha virou boca de fumo.
No bairro Caranã, moradores também reclamam do abandono da praça que fica no Conjunto Tiradentes, popular Cabos e Soldados, ainda na zona Oeste. Recém-construída, a praça precisa de policiamento ostensivo ou guardas municipais.
No bairro Tancredo Neves, na zona Oeste, moradores alegam que já cansaram de denunciar. À noite, a praça Mané Garrincha, mesmo interditada para reforma, continua servindo como boca de fumo. Vários assaltos já foram registrados no local. A falta de iluminação pública contribui para a ação dos bandidos.
 Tamanha a audácia que os traficantes já atuam até no complexo Ayrton Senna, no Centro, a maior área de lazer da Capital e cartão postal da cidade. A clientela é seleta: jovens de classe média e alta. Ao lado, a Praça das Águas virou palco de confrontos de galeras.
Na praça do bairro 13 de Setembro, zona Sul, na avenida Eldorado, além de viciados e integrantes de galera, a comunidade ainda enfrenta um problema mais sério: a prostituição juvenil.
A vizinhança confirmou à Folha que menores de idade se prostituem para sustentar o vício. Eles cobram até R$10,00 pelo programa sexual, valor da porção de pasta base de cocaína. No local, a equipe de reportagem flagrou jovens em um quiosque abandonado usando droga neste final de semana. A comunidade pede mais policiamento nas ruas. (AJ)