A Justiça roraimense adiou o julgamento do ex-policial militar, Felipe Quadros, pelo uso de uma arma da PM no triplo homicídio cometido por ele em novembro de 2015. Uma nova data deverá ser anunciada ainda esta semana, segundo informou o promotor de Justiça do Ministério Público de Roraima (MPRR), Carlos Paixão.
A arma, uma PT 100, que é de uso da corporação e por ter cometido o crime na condição de policial, Quadros acabou cometendo um crime militar, com punição prevista de até 03 anos de prisão.
A Folha, o promotor contou que o adiamento pegou a todos de surpresa, uma vez o julgamento estava em condições de ser realizado. O motivo alegado pela defesa foi à participação do réu no Exame Nacional do Ensino Médio para pessoas privadas de liberdade, o Enem Prisional, cujas provas estavam sendo aplicadas desde a terça-feira, 12.
“Estava tudo acertado para acontecer hoje, só que a informação que nos repassaram é que ele [Felipe Quadros] está fazendo o tal do Enem Prisional, o que o impediu de comparecer ao julgamento. O que realmente nos causou espanto foi que deixaram para avisar em cima da hora, ocasionando esse adiamento”, disse.
ENTENDA O CASO
No dia 09 de novembro de 2015, o então soldado da Polícia Militar Felipe Quadros, na época com 22 anos, executou a sangue frio três pessoas com uma arma da corporação. As duas primeiras vítimas, Jannyele Figueira, 28 anos, e Eliézio Oliveira, 50 anos, eram pai e filha. O crime foi registrado por circuito de câmeras da residência da família da estudante de fisioterapia.
Felipe Gabriel Martins Quadros, de 23 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri a pena de 81 anos, 9 meses e 15 dias de prisão em regime fechado. Ele cumprirá a pena na Cadeia Pública de Boa Vista, no bairro São Vicente.
Conforme a sentença do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), Quadros foi condenado por homicídio qualificado previsto no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I, III e IV e ainda por uma tentativa de homicídio.
EXPULSÃO E CONDENAÇÃO
A expulsão de Felipe Quadros da Polícia Militar ocorreu no dia 29 de janeiro do ano passado. Na época, o Conselho de Disciplina da PM considerou que conduta do rapaz violou, de forma grave, os preceitos e valores que foram repassados durante a formação militar e cultivados pela Corporação.