Os 500 servidores da Companhia Energética de Roraima (Cerr) receberam salários referentes aos meses de setembro e outubro ontem, 13, por determinação judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região de liberar parte de recurso federal de R$ 3,97 milhões que foi mandado para a empresa na semana passada e até então estava bloqueado pelo Poder Judiciário devido a inadimplências e falta de prestação de contas por parte da empresa.
Este recurso, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Roraima (Stiurr), Gissélio Cunha, é fruto de subsídios dos anos de prestação de serviços da própria companhia. Implicando, então, que o dinheiro da Intervenção Federal para pagamento de servidores não seria utilizado para funcionários da Cerr.
“A Cerr está em uma situação completamente atípica dos outros órgãos. Ela continuou funcionando, apesar de ter perdido concessão em janeiro de 2017, e os funcionários não sabem o que fazer por lá, pois não há mais nada a ser feito. Além disso, somente 30% dos 500 funcionários, o que representa cerca de 150 servidores, são efetivados. O restante é todo comissionado”, afirmou em entrevista à Folha nesta semana.
Segundo a decisão, a Caixa Econômica Federal ficará responsável em realizar o repasse de R$ 2,39 milhões para o Banco do Brasil, dentro de 48 horas. “Determinar ao Banco do Brasil que, tão logo a transferência seja efetivada, se abstenha de proceder qualquer penhora ou bloqueio judicial que recaia sobre o valor supramencionado transferido o passo que se trata de valores a serem destinados a pagamento de salários que tem natureza privilegiada de caráter alimentício”, afirma trecho da decisão. (P.B)
Esposas de militares levantam acampamento do Centro Cívico
Familiares de militares e servidores estaduais passaram mais de um mês acampados (Foto: Arquivo/Folha BV)
Com a promessa de pagamento em meio à chegada de recursos da União para o estado de Roraima, esposas de militares levantaram o acampamento em frente ao Palácio Senador Hélio campos, na Praça do Centro Cívico, na tarde de ontem, 13.
O acampamento, que teve início no dia 31 de outubro, era considerado o principal ponto de articulação de esposas de militares em manifestações exigindo o pagamento de salários atrasados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar. O ponto ganhou tanta repercussão, que servidores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima) montaram outra tenda, anexa a das esposas, para dar suporte na causa, que também foi desmontada ontem.
Uma das esposas de militares que esteve participando ativamente do movimento, Amanda Teixeira, destacou que a ideia já vinha sendo discutida há um tempo entre as manifestantes. “Nós já vínhamos debatendo a possibilidade de desmontar o acampamento desde terça-feira. O que colaborou para a decisão foram as notícias de que o recurso federal estaria vindo para cá e finalmente os pagamentos ocorreriam sem bloqueios nem nada do tipo”, comentou.
Amanda ressaltou que, ao conversar com o interventor, foi dada a garantia de que não haveria represálias contra os militares, uma vez que eles não podem se manifestar, mas seus familiares sim.
“Pedimos ao governador que desse respaldo aos nossos maridos por nós nos manifestarmos e que não houvesse perseguições. Ele falou que compreendeu. Agradecemos a imprensa por fazer nossa voz ser ouvida no estado e fora dele e agradecemos a população pelos votos de confiança e doações. Todos ajudaram muito para que a intervenção ocorresse”, concluiu. (P.B)