
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) declarou oficialmente o fim da La Niña, fenômeno que provoca o resfriamento anormal do Pacífico Equatorial. A atmosfera passa agora para a fase de neutralidade, quando nenhum dos eventos climáticos está ativo.
O evento, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, foi considerado breve e de baixa intensidade. A NOAA reconheceu o fenômeno em janeiro, mas as condições já estavam presentes desde dezembro. A MetSul Meteorologia, no entanto, apontava o encerramento desde fevereiro.
Segundo a NOAA, o aquecimento anormal dos oceanos dificultou a identificação da La Niña, que se formou mais tarde e de forma mais fraca do que o previsto. A elevação da temperatura global tem mascarado os padrões tradicionais usados para diagnosticar os fenômenos.
A forma convencional de medição, baseada em médias históricas da temperatura do Pacífico, indicou um episódio fraco. Porém, um novo índice, que considera o impacto do aquecimento global, captou com mais precisão os efeitos da La Niña nos Estados Unidos.
Pesquisadores discutem se esse novo modelo deve substituir o atual. Emily Becker, da Universidade de Miami, afirmou que a nova métrica teve melhor desempenho neste caso. Pedro DiNezio, da Universidade do Colorado, disse que o fenômeno teria sido identificado antes se o novo índice já estivesse em uso.
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Apesar disso, especialistas da NOAA alertam que ainda é cedo para abandonar os critérios tradicionais. O cientista Nathaniel Johnson defendeu mais estudos antes de qualquer mudança.
A MetSul prevê que o clima deve permanecer em neutralidade nos próximos meses. Mesmo sem El Niño ou La Niña, os meteorologistas lembram que a neutralidade não significa estabilidade e que eventos extremos podem ocorrer.