Os laboratórios químicos das Forças Armadas estão intensificando a produção de cloroquina no Brasil. O medicamento foi autorizado recentemente pelo Ministério da Saúde para ser usado no tratamento de casos graves da infecção causada pelo coronavírus.
O detentor do registro da Cloroquina 150 mg na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o Laboratório do Exército. A previsão das Forças Armadas é que sejam concluídos dois lotes do medicamento por semana, o que representa cerca de um milhão de comprimidos.
Após a produção, cabe aos laboratórios da Força Aérea e da Marinha a etapa de embalagem e rotulagem. A produção de cloroquina conta com uma equipe de aproximadamente 130 militares e civis.
Os laboratórios químicos das Forças Armadas já produziam cloroquina para uso de militares antes da pandemia do coronavírus. A produção do medicamento foi intensificada após o surto da doença, como explica o diretor do laboratório químico farmacêutico do Exército, coronel de engenharia Haroldo Paiva Galvão.
“Com o possível efeito da cloroquina no combate ao coronavírus, o laboratório intensificou a produção desse medicamento. A cloroquina tem diversos etapas fabris. Desde o início do recebimento dos insumos, à etapa do controle de qualidade, à emissão da ordem de produção, à compressão do medicamento para que ele se transforme em comprimido, à embalagem e expedição. Então, todo o laboratório fica envolvido na produção da cloroquina”.
Os laboratórios químico-farmacêuticos das Forças Armadas atuam em parceria com o Ministério da Saúde. Ao todo, são 21 unidades oficiais no país, que, juntas, produzem cerca de 30% dos medicamentos utilizados no Sistema Único de Saúde (SUS).
O diretor do laboratório químico farmacêutico do Exército, coronel de engenharia Haroldo Paiva Galvão, ressalta que, mesmo com a aprovação do Ministério da Saúde para o uso da cloroquina, o medicamento só deve ser utilizado com recomendação médica.
“No caso específico da cloroquina, é seguir o que o Ministério da Saúde está orientando. Então, o Ministério da Saúde já emitiu nota técnica a respeito do uso da cloroquina. Obviamente a nota técnica associada à consulta médica é que tem que ser cumprida. Não usem o medicamento sem uma especificação técnica de um profissional de saúde porque pode ter um efeito contrário. Pode prejudicar o paciente”.
É importante ressaltar que o Ministério da Saúde recomenda o uso da cloroquina apenas em casos graves de infecção por coronavírus. O medicamento pode complementar outros suportes utilizados no tratamento do paciente, e não deve ser usado para tratar casos leves.