A obtenção de capital por meio de formas ilegais, seja falsificação de dinheiro, sonegação de impostos ou outras atitudes criminosas que geram movimentações bancárias suspeitas, podem ser classificadas como lavagem de dinheiro. Em Roraima, o combate aos esquemas fraudulentos é feito por meio de profissionais capacitados em análises bancárias e fiscais da Polícia Civil e embora publicação em Diário Oficial Estadual no dia 23 de agosto, tenha feito referência à implementação de um laboratório contra Lavagem de Dinheiro, (Lab-LD), o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil disse que o serviço já existe desde fevereiro de 2013 e que atualmente existem cinco casos sob investigação, que correm em segredo de justiça.
Conforme dito pela Delegacia Geral da Polícia Civil de Roraima, o Lab-LD, que é resultado da parceria entre a Secretaria de Segurança Pública e Ministério da Justiça e funcionava nas dependências da Sesp, passou a funcionar no prédio do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil por se tratar de equipamentos de alta tecnologia para investigações.
A delegada responsável pelo Núcleo de Inteligência, Darlinda Viana, explicou à Folha que o trabalho está associado à metodologia investigativa voltada ao combate de organizações criminosas. O objetivo é identificar, rastrear e bloquear bens de contas bancárias resultantes de atividades ilícitas de grande complexidade.
A ferramenta utilizada é um sistema que possibilita acompanhar o tráfego de dados bancários entre instituições financeiras e órgãos governamentais com uma unidade vinculada ao Gabinete do Procurador-Geral da República do Ministério Público Federal.
“Nosso trabalho é feito por meio de análises. Recebemos autorizações judiciais para que sejam acessados os extratos bancários dos investigados em determinados inquéritos policiais abertos em uma de nossas unidades. Amparados judicialmente pela quebra de sigilo fiscal, os dados nos são encaminhados pelo Banco Central e pela Receita Federal ao nosso Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias, o Simba”, explicou.
Darlinda Viana também disse que somente quando os dados integram o Simba é que o trabalho de análises para identificar movimentações bancárias consideradas fora do normal serão realizadas e podem demorar meses.
“Procuramos padrões que provam as denúncias presentes no inquérito Policial. O tempo para conclusão de apuração que juntem as provas dependerá de cada caso. Por exemplo, se o investigado for um empresário que movimenta grandes quantias, a análise pode demorar porque serão considerados um conjunto de fatores em técnicas utilizadas pelo profissional que está trabalhando no caso, somado aos vínculos fiscais e bancários”, esclareceu.
A Delegada Darlinda Viana disse que atualmente os casos investigados em Roraima não podem ser divulgados, mas que existe equipe treinada com 17 servidores, sendo três especialistas para cuidarem de todas as demandas que chegam ao núcleo de vigilância. “Dependendo das necessidades requeridas pela investigação e sua complexidade, o corpo do Simba está apto a atuar sem qualquer problema”, concluiu.