Cotidiano

Lei torna obrigatória a realização de teste do quadril em recém-nascidos

A governadora Suely Campos sancionou recentemente o projeto de Lei 1.219/2017, que torna obrigatório a realização de exame de Ortolani, também conhecido como “Teste do Quadril” em todos os recém-nascidos nos berçários dos hospitais maternos do Estado. Da mesma forma como o teste do pezinho, o exame é feito nas primeiras horas após o nascimento do bebê, sendo capaz de detectar doenças relacionadas à Displasia do Desenvolvimento dos Quadris (DDQ).

“A manobra de ortolani é um procedimento já previsto dentre os exames de rotina do recém-nascido. Ele é capaz de diagnosticar, por meio de flexões das perninhas da criança, a estabilidade do quadril, mostrando se há ou não algum tipo de luxação. Não diagnosticá-la no período certo basicamente pode levar esse bebê a ter problemas na vida adulta”, afirmou o diretor técnico do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), Luís Gustavo Araújo.

Conforme o especialista, a origem da doença é desconhecida, mas pode estar relacionada a uma série de situações, como posição uterina, filho de mãe de primeira gestação, recém-nascidos com peso e altura maior do que o comum e com deformidades nos pés ou na coluna vertebral.

“Quando a manobra é positiva, geralmente ouve-se um estalo do quadril e você sente que ela sai de dentro da cavidade e essa saída tem a ver com alguma frouxidão do quadril e isso pode afetar o bebê no futuro. Estima-se que aproximadamente um em cada mil recém-nascidos possa nascer com o quadril luxado e cerca de dez em mil com o quadril subluxado ou instável. Esses são os dois tipos mais comuns de diagnóstico”, relatou Luís Gustavo Araújo.

Com a Lei sancionada pela governadora, as maternidades do Estado deverão realizar o exame ainda no berçário, após as primeiras 24 horas de vida, antes da alta hospitalar. Sobre o tratamento, na fase inicial, por exemplo, existe um dispositivo chamado suspensório de Pavlik, que mantém a estabilização da posição. “Nesse sentido, o uso do suspensório deve ser continuado por três meses com controles de ultrassonografia. Após esse período, ele é gradativamente retirado”, pontuou. (M.L)